O ministro-interino do Meio Ambiente, Cláudio Langoni, defendeu que os ambientalistas busquem uma agenda comum com o setor empresarial nas estratégias de desenvolvimento que incorporem a preservação da natureza. A declaração foi feita na Feira Internacional de Ecologia e Meio Ambiente (Fiema Brasil 2006), em Bento Gonçalves, na região serrana do Rio Grande do Sul.

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O evento, que mostra tecnologias limpas e soluções ambientais para os setores agrário, industrial e público, termina hoje (6). Segundo o presidente da feira, César Rubecchini, quase 18 mil pessoas visitaram as instalações e a expectativa é gerar R$ 10 milhões em rodadas de negócios.

Ao falar sobre as parcerias público-privadas na área ambiental, Langoni disse que a degradação do ecossistema não pode ser combatida apenas com fiscalização e medidas punitivas. "É preciso criar alternativas econômicas para os setores que produzem sem levar em conta a sustentabilidade", destacou.

Ele também propôs "regras de transição" para resolver problemas como o das carvoarias brasileiras, "que usam mão-de-obra escrava e provocam o desmatamento de florestas nativas". Segundo ele, a produção de carvão vegetal é "arcaica", apesar de alimentar a indústria siderúrgica, "uma das mais modernas no país".

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"Precisamos resolver essa contradição com projetos de longo prazo, que gradativamente incorporem ao desenvolvimento do setor uma visão ambiental", disse, lembrando que a legislação brasileira nessa área é forte, mas precisa ser cumprida por meio do diálogo com as cadeias produtivas.