Ambientalistas destacam ação do Paraná contra corte ilegal de madeira

A iniciativa do governador Roberto Requião de proibir a entrada de madeira da Amazônia, no Paraná, sem certificação de origem, repercutiu bem entre os ambientalistas. Muitas madeireiras da Amazônia utilizam a estrutura do Porto de Paranaguá para exportação da madeira e o governo do Estado não vai mais permitir o escoamento de madeira extraída de forma ilegal.

Para o ambientalista, Paulo Pizzi, presidente da Mater Natura ? Instituto de Estudos Ambientais ? a iniciativa de Requião repercute bem nos demais Estados, que se sentem motivados a repetir a medida. É a primeira vez que um governo de estado adota esse tipo de medida. ?Isso ajuda muito?, afirmou. Segundo Pizzi, se toda a estrutura do governo federal não foi suficiente para conter o desmatamento na Amazônia, chegou a hora dos governadores darem sua contribuição, ?o que está sendo feito pelo governo do Paraná?, destacou.

De acordo com o ambientalista, é importante valorizar a madeira com certificado de origem porque as madeireiras têm que cumprir várias exigências no processo de extração, que começa com a legalização da terra.

A ambientalista Tereza Urban também foi favorável à iniciativa do governador Requião. Para ela, a determinação ?é absolutamente correta e Requião está cumprindo seu papel de governante e de cidadão?. Urban lembrou que, nos últimos anos, várias denúncias de transporte e escoamento de madeira irregular no Estado foram feitas por entidades ambientalistas.

A preocupação do governador com a devastação na Amazônia também foi ressaltada pelo geólogo e professor João José Bigarella, um dos precursores da defesa do meio ambiente no Paraná. ?O governador Requião tem toda razão, porque é preciso ver que essa questão tem grande repercussão na economia do país?. Bigarella lembrou que a estiagem que comprometeu a atual safra de grãos no Paraná teve, como uma das conseqüências, o desmatamento da Amazônia. ?É preciso coibir as ações do homem que provocam a devastação, já que os fenômenos naturais cíclicos não têm como evitar?, explicou.

O professor da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Ricardo Berger, especialista em florestas, disse que a única forma de conter o desmatamento na Amazônia é reduzir o consumo ?que é alto na região Sul?, frisou. Berger defendeu o reflorestamento para atender as necessidades de consumo de madeira, o que iria reduzir a pressão sobre a floresta, afirmou.

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