O desmatamento da Amazônia já é bem conhecido por sua contribuição para o aquecimento global e coloca o Brasil entre os cinco maiores emissores de gás carbônico. Um novo estudo mostra, no entanto, que seu impacto pode ser ainda maior: a floresta responde por mais de 20% das emissões de metano (CH4) do mundo, o segundo principal gás de efeito estufa.

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Apesar de ser emitido em menor quantidade, o metano tem um potencial de aquecimento 21 vezes maior que o CO2, característica que o torna bastante danoso para o clima. No entanto, ele é ainda pouco estudado. Para preencher ao menos em parte essa lacuna, um grupo de cientistas brasileiros e americanos coletou amostras de ar sobre a Amazônia entre 2000 e 2006. A idéia era medir quais gases saem da floresta.

O primeiro resultado apresentado foi do CH4. Verificou-se que a região contribui em média com uma emissão de 34 partes por bilhão (ppb) do gás por ano – a média mundial é de 150 ppb, em medições feitas do pólo Norte ao pólo Sul. Em alguns momentos, no entanto, a equipe do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen) e do NOAA, órgão de pesquisas americano sobre oceanos e atmosfera, chegou a registrar uma emissão de 200 ppb.

O levantamento mediu também as emissões de outros gases, entre eles o dióxido de carbono e óxido nitroso (N2O, o terceiro maior contribuinte para o efeito estufa), mas os dados ainda estão sendo analisados. A pesquisa foi publicada na revista Geophysical Research Letters e faz parte do Experimento Biosfera-Atmosfera de Larga Escala na Amazônia (LBA, na sigla em inglês), que busca esclarecer o papel da Amazônia no clima global.

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