O líder do PT no Senado e presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Correios, Delcídio Amaral (MS), conversará na próxima semana com os principais líderes da oposição e do governo para evitar que as investigações paralisem a agenda do Congresso no segundo semestre e cause instabilidade econômica.
"A CPI não impede a discussão de uma agenda mínima de votações e não podemos viver só de CPI", afirmou, ressaltando também que a comissão pode até contribuir com medidas, a exemplo do aperfeiçoamento do sistema financeiro, que precisaria de um controle maior.
"É claro que precisamos fazer isso", disse. Amaral anunciou que, na próxima semana, a CPI entrará numa nova fase, com a divisão dos trabalhos.
O deputado Gustavo Fruet (PSDB-PR) ficará responsável pela movimentação financeira e, segundo o líder do PT no Senado, dentro de 30 dias o tucano espera concluir a tarefa com o cruzamento de dados para saber a origem dos recursos depositados nas contas do empresário Marcos Valério Fernandes de Souza.
Na próxima semana, Amaral vai procurar também o presidente da CPI do Mensalão, senador Amir Lando (PMDB-MT), na tentativa de aperfeiçoar as atividades, uma vez que as duas frentes de investigação tratam do pagamento de recursos a parlamentares.
O deputado Carlos Sampaio (PSDB-SP) será uma espécie de "gerentão" da CPI, como definiu o líder do PT – ele cuidará do dia-a-dia da CPI e administrará os trabalhos, como organizar os documentos que chegam e os requerimentos que precisam ser submetidos ao plenário.
Na terça-feira (02), a CPI deve votar o maior número de pedidos, até mesmo o de convocação do deputado José Dirceu (PT-SP). A idéia de Dirceu é preparar-se ao máximo para o depoimento no Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara, também na terça-feira, com o objetivo de esvaziar a presença na CPI.
Mas tanto deputados da oposição como do governo apostam na hipótese de que ele não conseguirá se livrar da CPI.