O líder do PMDB na Câmara, deputado Henrique Eduardo Alves (RN), afirmou, ao dirigir-se ao Palácio do Planalto para mais uma audiência com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que está otimista em relação à possibilidade de seu partido ser contemplado com um quarto ministério. Alves acaba de chegar ao Palácio do Planalto, acompanhado do presidente do PMDB, deputado Michel Temer (SP).
"No encontro que tivemos, o próprio presidente nos disse que promoveria o equilíbrio entre a bancada do Senado, que tem dois ministros, e a da Câmara. Consideramos que esse é um assunto decidido pelo presidente", disse Henrique Alves. Na bancada do PMDB, no entanto, o clima relacionado ao tema é outro. Causou irritação o pedido insistente do Palácio do Planalto aos deputados para apadrinharem a indicação do médico José Gomes Temporão para o cargo de ministro da Saúde.
Além disso, os deputados advertiram o líder de que empossar o deputado Geddel Vieira Lima (PMDB-BA) como ministro da Integração Nacional não resolve o problema da bancada, apenas o dos nordestinos. Os deputados pediram a Geddel que, se o presidente Lula mantiver a oferta de apenas um ministério, recuse a proposta e explique que todos preferem se manter fora do Executivo federal e numa posição de independência em relação ao governo.
Henrique Alves deixou claro que não vai pressionar o presidente, mas, ao mesmo tempo, concordou com a reivindicação, lembrando que o PMDB, com 93 deputados próprios e integrante de um bloco com o PSC que totaliza 101 parlamentares, não pode ter o mesmo tratamento que PDT e o PTB, que têm apenas 20 deputados cada um.
Os deputados que procuraram o líder do PMDB hoje para tratar do assunto insistiram na tese de que, do ponto de vista numérico, um PMDB vale cinco PDTs. Ontem à noite, o ministro de Relações Institucionais, Tarso Genro, convidou, em nome de Lula, o presidente do PDT, Carlos Lupi, para assumir o cargo de ministro da Previdência Social.