O candidato do PDT ao governo do Paraná, Álvaro Dias, disse hoje que vai aguardar um posicionamento oficial do presidente nacional do partido, Leonel Brizola, para decidir qual candidato à Presidência da República irá apoiar. No dia da eleição, Dias havia declarado apoio a Luiz Inácio Lula da Silva (PT), mas o posicionamento da liderança petista no Estado, em favor da candidatura de Roberto Requião (PMDB), o fez adotar agora uma posição de cautela.

Segundo Dias, Brizola estaria conversando com a direção nacional do PT e solicitando respeito aos candidatos pedetistas no Paraná e Amapá, onde disputam o segundo turno. “Não fazemos nenhuma exigência, mas nossa postura será uma conseqüência”, disse o candidato.

“Respeitamos a orientação nacional do PDT que, até este momento, apóia o Lula.” Ele afirmou que seu palanque não será nem de Lula nem do candidato José Serra (PSDB), mas da coligação que o apóia (PDT/PTB/PPB/PTN/PRP e PT do B) e que não tem unanimidade em relação à candidatura a presidente.

O irmão de Dias, senador reeleito Osmar Dias (PDT), disse ter sido convidado para coordenar a campanha de Serra no Paraná.  Segundo ele, se a posição de Brizola for a mesma tomada no Rio Grande do Sul, onde os pedetistas foram liberados, ele pretende “sentar para ter uma conversa definitiva com o Serra”. Mas não descartou que possa fazer o mesmo com Lula. “Não fui convidado, mas se for, vou conversar”, disse.

Ele afirmou que a cautela deve-se ao fato de ele e seu irmão terem sido expulsos do PSDB por não seguir orientação partidária de assinar a CPI da Corrupção. “Nós sabemos o que é isso”, disse.

Osmar Dias, que assumiu a articulação política da campanha do irmão, disse que vai conversar com petistas paranaenses para saber se a posição de apoio a Requião é definitiva. Ele tem esperança de que o PT nacional possa tomar uma decisão diferente, como a neutralidade ou o apoio a Álvaro Dias.  “Tenho certeza que a orientação local vai seguir a orientação nacional”, disse. “Não considero definitivo o apoio ao candidato do PMDB.”

O candidato pedetista disse hoje que participará apenas dos debates que forem feitos na televisão, descartando os outros. Ao primeiro, ele já faltou hoje na Rádio Banda B. Em fax enviado à rádio, a assessoria de Álvaro Dias alegou que ele estava em Brasília, mas na entrevista à tarde, o candidato disse que não foi por ter sido informado na tarde do dia anterior sobre o evento.

Sem Álvaro Dias, o programa transformou-se em entrevista para Requião. Em razão da legislação eleitoral, o candidato do PDT terá agora o mesmo tempo, de pouco mais de uma hora, para ser entrevistado na mesma programação.

“Então foi esse o golpe”, atirou Requião. “Ele fugiu do debate para não ter confronto de idéias e de opiniões comigo, quer falar sozinho para não ter que estabelecer a comparação entre propostas e biografias.”  Álvaro Dias respondeu que não tem medo de qualquer debate. “A disputa não é de quem é o mais valente, mais agressivo, mas de quem tem mais aptidão”, disse. Depois de dar entrevista à rádio, Requião foi para Londrina, onde teria uma reunião com todos os prefeitos que o apóiam.

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