Os alunos que entraram na universidade pelo programa Universidade para Todos (ProUni) tiveram notas melhores que os demais estudantes no Exame Nacional de Desempenho do Estudante (Enade) deste ano. De 15 áreas avaliadas, 14 contavam com alunos do ProUni. Em todas elas, as médias desses estudantes foram bem superiores aos demais na prova de conhecimentos gerais. Na avaliação específica, apenas em biblioteconomia a média dos demais estudantes foi ligeiramente superior a dos bolsistas.
Para que a análise fosse feita foram usadas apenas instituições que tinham pelo menos um aluno do ProUni e as médias foram feitas comparando bolsistas e não bolsistas das mesmas instituições. Daí a comparação ser feita apenas com alunos de faculdades privadas e o curso de Arquivologia, que só existe em universidades públicas, ter ficado de fora.
Na formação geral, a diferença entre bolsistas e não bolsistas alcança quase 12 pontos, como nos cursos de contábeis e biomedicina. Na formação geral, a diferença é menor, mas pode passar de oito pontos, como no caso dos cursos de formação de professores. Uma das explicações para esse sucesso é a necessidade do estudante do ProUni ter que ser aprovado no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), uma prova que pode ser mais rígida que vários vestibulares que existem no País.
Outro dado que o Enade de 2006 traz é o aumento do número de estudantes oriundos de escolas públicas no ensino superior. De 39,6% em 2003 para 46,3% em 2006. Esse aumento pode ser diretamente relacionado ao ProUni, já que o programa é apenas para alunos de escolas de ensino médio públicas, e também para os vários programas de cotas para esses estudantes que já foram criados em várias universidades federais e estaduais.
O mesmo aconteceu com os alunos que se declaram pretos e pardos. Em 2002, apenas 13,9% se declaravam pardos. Hoje, são 19,5% – ainda assim, menos da metade da população parda na sociedade em geral. Entre os pretos, a proporção passou de 2,2% para 3,7%. Na sociedade em geral são 5,9%.