Um grupo de estudantes de Direito da Universidade Federal do Paraná (UFPR) protestou ontem contra uma portaria da direção do curso.
O documento 008/2008 permite que aos professores titulares seja atribuída a condição de professor pesquisador, que entre as funções, está a de se dedicar à publicação de livros e trabalhos na pós-graduação.
O ponto polêmico do documento é que o docente poderá ser dispensado de lecionar no curso de graduação.
Para os estudantes, isso traz prejuízos pois eles ficariam sem professor em algumas disciplinas. Além disso, perderiam em qualidade, pois não teriam os professores titulares, que são os mais qualificados do curso.
De acordo com presidente do Centro Acadêmico do curso de Direito, Daniel Wunder Hachen, um dos docentes titulares já aderiu à portaria e, mesmo ela tendo validade a partir de agosto, o professor não estaria dando aulas desde o início do ano. ?Estamos reivindicando os professores em sala de aula?, disse.
Depois de deixarem o prédio histórico da UFPR, na Praça Santos Andrade, os estudantes seguiram em passeata até a reitoria e, em seguida, foram até a sede do escritório do professor Luiz Guilherme Marinoni, que teria aderido a portaria. ?É uma forma de mostrarmos nossa indignação?, falou Hachen.
Para o diretor do curso de Direito da UFPR e autor da portaria, Luiz Alberto Machado, o protesto dos estudantes não tem fundamento, já que do total de professores do curso, apenas cincos são titulares.
Além disso, Machado acrescentou que só será permito um professor por vez se candidatar como pesquisador. ?Eu estou entre os titulares, e não pretendo me candidatar. Então restam apenas quatro professores?, comentou.
Ele confirmou a candidatura do professor Marinoni, que começaria na atividade a partir de agosto. Mas disse que a ausência dele se deve a problemas de saúde.