A Confederação Nacional da Indústria (CNI) continua a acreditar na expansão do setor pelo menos nos próximos seis meses. A convicção é fruto da recente pesquisa realizada em 1,4 mil empresas afiliadas, com o objetivo de coligir dados específicos sobre estimativas de produção, utilização da capacidade instalada, aumento do faturamento, oferta de empregos e compra de matérias-primas.
O questionário da CNI foi enviado e respondido pelas empresas antes da explosão da crise financeira nos Estados Unidos e, destarte, a instituição não tem conhecimento exato da atual disposição do setor quanto às influências prováveis do ambiente externo sobre a economia brasileira.
Mesmo assim, a CNI praticamente fechou os cálculos sobre a estima de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), sustentando que a economia como um todo e o ritmo da produção industrial, em particular, cresceram 5% em 2007.
Segundo o economista-chefe da Confederação Nacional da Indústria, Flávio Castelo Branco, nada impede a conclusão de que o ambiente de negócios continuará dinâmico no decorrer do primeiro semestre. Essa tranqüilidade setorial é reforçada pela confiança no aquecimento da demanda interna, que diante da probabilidade da desaceleração da economia mundial servirá como um dique de contenção.
O agravamento da crise financeira nos Estados Unidos, caso as medidas do pacote aprovado pelo Congresso não funcionem de acordo com as premissas da assessoria econômica do presidente George W. Bush, o balanço otimista da indústria brasileira decerto terá alterações de curso no planejamento estratégico dos investimentos e da produção.
Algo perfeitamente lógico num setor tão prejudicado pelas repetitivas crises econômicas das últimas décadas.