A elevação intensa nos preços da construção civil levou à aceleração da primeira prévia do Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M), que subiu 0,27% em junho, ante alta de 0,21% apurada em igual prévia em maio. A informação é do coordenador de Análises Econômicas da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Salomão Quadros.
Os preços na construção civil passaram de alta de 0,45% na primeira prévia de maio para aumento de 1,80% em igual pesquisa feita anteriormente (junho). Embora os preços do setor sejam de menor peso do que os do atacado, na formação do IGP-M, o avanço nos preços da construção civil foi tão forte que superou a influência da aceleração dos preços do atacado (de 0,17% para 0 28%), em igual período.
"Tanto o atacado quanto a construção civil contribuíram para a alta da prévia. Mas em termos de influência, para a aceleração da prévia de maio para junho, o impacto dos preços da construção civil foi o dobro da influência dos preços do atacado", explicou.
O economista concordou que essa situação é rara, visto que os preços no atacado representam 60% da formação total do IGP-M, enquanto que, os preços da construção civil participam apenas com 10% do total do IGP-M.
Quadros informou que praticamente toda a elevação mais intensa nos preços da construção deve-se aos reajustes nos preços de mão-de-obra, originados da resolução de dissídios salariais em São Paulo e Rio de Janeiro. Entretanto, ele comentou que esse aumento nos preços da construção não constitui tendência.
Combustíveis
Os preços dos combustíveis e lubrificantes continuam em baixa no atacado, e ajudaram a "segurar" a elevação da primeira prévia do IGP-M – que teria sido mais intensa, não fosse a deflação nos combustíveis, segundo Quadros.
De acordo com o técnico, os preços dos combustíveis no atacado caíram 0,06% na primeira prévia de junho, ante queda de 0,04% apurada na primeira de maio.
O economista comentou que o álcool está sendo determinante para a deflação no setor de combustíveis. O preço do álcool etílico hidratado caiu 5,78% na primeira prévia de junho, ante queda de 0,69% apurada na primeira prévia de maio, no atacado.