O lucro líquido da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT) deverá fechar o ano 20% abaixo do valor registrado em 2001 por causa da escalada do dólar. Os Correios deverão lucrar R$ 400 milhões, ante os R$ 500 milhões do ano passado. A desvalorização do real nas dívidas em moeda estrangeira dos Correios, de US$ 200 milhões, gerou perdas de R$ 70 milhões. Já o faturamento da empresa deverá crescer 17%, para R$ 5,9 bilhões.
Segundo o presidente da empresa, Humberto Mota, que assumiu o cargo em agosto deste ano, a empresa não fazia operações de hedge (proteção contra as perdas geradas pela oscilação do câmbio) até recentemente. Segundo o diretor financeiro, Gelson Mello, hoje cerca de 80% da dívida em moeda estrangeira estão protegidos contra o câmbio. Com o aumento da cotação da moeda norte-americana, o valor da dívida externa aumenta em reais.
Mota também informou que o reajuste nas tarifas domésticas não cobriu a evolução do custos e que foram concedidos reajustes salariais. Com base na projeção de lucro para este ano, a empresa deverá reverter para a União R$ 100 milhões em dividendos. Outros R$ 580 milhões estão sendo recolhidos a títulos de impostos este ano. Entre 2002 e 2003, a empresa espera investir R$ 1,5 bilhão em infra-estrutura para a operação.
