A alta de 1,04% registrada nos preços dos produtos agrícolas foi a principal responsável pelo aumento da inflação medida pela primeira prévia do Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) de março. O indicador subiu 0,19% contra uma variação de 0,11% apurada em igual prévia em fevereiro.

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O repique da inflação, porém, não preocupa o coordenador de Análises Econômicas da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Salomão Quadros. Segundo ele, a elevação foi concentrada basicamente nos produtos agrícolas "in natura", como frutas, tubérculos e ovos.

Os alimentos in natura saíram de uma deflação de 2,22% em fevereiro para uma alta de 5,64% na primeira prévia de março. "A alta de agora não é uma tendência. Os alimentos processados estão estáveis com trajetória de queda", explicou.

Quadros lembra ainda que a entrada do período de safra agrícola também irá ajudar a derrubar os preços. O coordenador explica que os alimentos também pressionaram um pouco a inflação no varejo. "Os agrícolas in natura têm uma comunicação quase imediata com o IPC", afirmou.

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Se os alimentos pressionaram o Índice de Preço no Atacado (IPA) e o Índice de Preço ao Consumidor (IPC), os gastos com transporte e educação caíram e ajudaram a conter a alta da inflação no varejo. O IPC subiu 0,18% na primeira prévia de março, contra os 0,36% apurados em igual prévia de fevereiro.

Quadros lembra que, entre dezembro e fevereiro, cinco grandes cidades elevaram os preços das passagens de ônibus. Agora, o indicador em março não está mais tão pressionado. A inflação medida pelo segmento de transporte subiu 0,05%, contra os 0,88% da primeira prévia de fevereiro. O grupo educação foi outro que ajudou a conter o IGP-M na primeira prévia. A inflação medida por esse setor variou 0,27% na primeira prévia de março, ante os 0,61% do mês passado.

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