O secretário de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), Welber Barral, informou que o crescimento de 24,8% das exportações no primeiro semestre deste ano, ante o mesmo período de 2007, é a maior expansão para o período desde 2004, quando a alta foi de 31,3% em relação ao primeiro semestre de 2003. Do lado das importações, a expansão de 51,8% no primeiro semestre é a maior desde 1995, quando havia uma paridade entre o real e o dólar. Nos seis primeiros meses de 1995, o crescimento das importações foi de 92%.
O secretário destacou que a redução do superávit comercial em relação ao ano passado está-se tornando mais lenta. No acumulado dos 12 meses até junho de 2008, a queda do superávit primário foi de 35,1%, enquanto que, no acumulado de 12 meses até maio deste ano, a queda era de 48%. Esse movimento, de acordo com Barral, se deve à "recuperação das exportações". Ele afirmou que as vendas externas no mês de junho deste ano registraram, pela média diária, o segundo maior valor mensal, superado apenas pelo mês de maio, que estava influenciado pelo fim da greve dos auditores fiscais, que represou os registros de embarques de mercadorias.
Os dados da balança comercial de junho divulgados hoje mostram ainda que as exportações de produtos básicos aumentaram a sua participação no total da pauta brasileira, de 30,6%, registrados no primeiro semestre de 2007, para 35,3%, no primeiro semestre de 2008. Por outro lado, os produtos industrializados tiveram queda na participação na pauta exportadora – de 67,4% para 62%, em igual período. Barral disse que a perda de espaço dos produtos industrializados "preocupa qualquer país de médio e grande porte", como o Brasil. "Nós queremos exportar mais produtos de valor agregado. Entretanto, o aumento da participação dos produtos básicos se deve a uma elevação dos preços internacionais das commodities", comentou Barral.
Segundo ele, as exportações de manufaturados, na sua maior parte cresceram em volume, e não em preço. As vendas externas de tratores, por exemplo, cresceram 32% em quantidade e 17% em preço; as de aviões subiram 46% em quantidade e 2% em preço. Do lado dos produtos básicos, as exportações de soja em grão subiram 8% em quantidade e 57% em preço. As vendas de minério de ferro cresceram 13% em volume e 15% em valor.