Rio (AE) – Graças à perda de fôlego na alta dos preços dos alimentos (de 1,36% para 1,13%), a inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor – Semanal (IPC-S) registrou leve desaceleração e subiu 0,74% na semana encerrada em 22 de janeiro ante alta de 0,76% no período anterior. Segundo a Fundação Getúlio Vargas (FGV), que anunciou ontem o indicador, o comportamento dos preços dos alimentos também será decisivo nas próximas apurações e definirá se o IPC-S continuará em sua trajetória de desaceleração.
O economista da FGV, André Braz, explicou que, se os preços dos alimentos também subirem menos na próxima semana, há grande chance de o IPC-S mostrar taxa menor na próxima apuração. No caso do indicador anunciado ontem, o setor de alimentação foi beneficiado por elevação menos intensa de preços em hortaliças e legumes (de 4,90% para 2,33%). Porém, Braz comentou que, além de hortaliças, outros produtos de peso na formação da inflação do varejo também registraram desaceleração e até deflação mais forte de preços, na passagem do IPC-S de até 15 de janeiro para o indicador de até 22 de janeiro. É o caso de carnes bovinas (de -1,17% para -1,76%); aves e ovos (-0,71% para -1,16%) e arroz e feijão (de 4,08% para 3,69%)
Segundo a FGV, a desaceleração de preços dos alimentos conteve o impacto, na inflação do varejo, da elevação de preços em cursos formais (de 2,12% para 3,42%) – que normalmente são reajustados nesta época do ano.
Álcool
O problema de oferta menor do que a demanda continua puxando para cima os preços do álcool na inflação do varejo. No IPC-S de até 22 de janeiro, os preços dos combustíveis e lubrificantes subiram 2,41%, ante alta de 2,20% na semana anterior – por causa da disparada no preço do álcool combustível (de 9,19% para 9,97%)
A gasolina, que tem 25% de álcool em sua formação, também registrou aceleração de reajuste (de 1,46% para 1,60%), na passagem do IPC-S de até 15 de janeiro para o indicador de até 22 de janeiro. ?O preço do álcool já está subindo há quase um mês?, observou Braz, considerando que, até o momento, a elevação no preço do produto não está dando mostras de arrefecimento.