Alianças para o 2º governo Lula começam imediatamente

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva decidiu não esperar o fim do mandato para dar início ao segundo governo. Hoje mesmo ele recebe, para almoço, o governador eleito de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB). Às 16 horas, receberá o governador eleito do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral Filho (PMDB). Dá, assim, início às conversações para a montagem da equipe de seu futuro governo. Lula chamará também para participar de seu governo outros partidos que possam apoiá-lo no Congresso, a exemplo de PP, PDT e PTB.

O PT perderá espaço no governo, mas manterá ministérios importantes. Vários ministros devem permanecer, como Tarso Genro (Relações Institucionais), Guido Mantega (Fazenda), Dilma Rousseff (Casa Civil), Paulo Bernardo (Planejamento), Patrus Ananias (Desenvolvimento Social) e Luiz Marinho (Trabalho).

Lula também vai procurar personalidades sem partido, com alta representatividade, para ocupar cargos no primeiro escalão. Um nome não sai da cabeça do presidente: o do cardiologista Adib Jatene, ex-ministro da Saúde. Ele o considera o paradigma dos que, embora sem filiação partidária, devem compor qualquer equipe. Um segundo exemplo citado por Lula é o do atual ministro do Desenvolvimento, Luiz Fernando Furlan, que não trabalha com a possibilidade de ficar no ministério, embora o presidente tenha intenção de chamá-lo para continuar.

Outra intenção de Lula é correr atrás de integrantes da oposição que considera dispostos ao diálogo, como o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e José Serra, tucanos, o senador Marco Maciel (PFL-PE) e o governador de São Paulo, Cláudio Lembo (PFL). "O presidente trabalha com um projeto de coalizão, diálogo com as oposições e conceito de um novo governo, melhor, mais forte, apoiado no Parlamento e com mais representatividade da sociedade civil", diz Tarso.

O ministro acredita em entendimento e no diálogo com FHC. "As evidências indicam que sim. Podemos ter divergências ideológicas programáticas e até uma visão diferente da globalização", afirma Tarso. "Mas isso não nos tira o respeito pela figura dele (Fernando Henrique) como presidente, líder político e intelectual. É uma pessoa de responsabilidade. Governou o País dentro das instituições democráticas. Não temos dúvida de que um diálogo é possível e necessário para o País, em cima de pontos concretos, sem transigências programáticas, ideológicas e de princípios.

Tanto para os aliados quanto para as oposições, Lula insistirá na necessidade de fazer a reforma política, com a aprovação de pelo menos três propostas: financiamento público de campanha, fidelidade partidária e instituição das listas feitas pelos próprios partidos para as eleições à Câmara. Têm a mesma prioridade as propostas de mudança na forma de fazer o orçamento para tentar reduzir as fraudes e a corrupção.

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