Brasília, 15 (AE) – Festejada no início do ano como grande e promissora parceria, a aliança do PT com o PMDB rendeu dois ministérios aos peemedebistas, mas não resultou em alianças nas cidades eleitoralmente mais importantes. Nas 95 maiores do País, com mais de 150 mil eleitores, os dois partidos têm chapa única em apenas 6. Nas 77 cidades em que o PT tem candidato a prefeito, o PMDB ocupa o posto de vice apenas em Curitiba (PR), Ponta Grossa (PR), Blumenau (SC), Palmas (TO) e São Bernardo do Campo (SP). Nas 18 restantes, há um único caso em que o PMDB é o cabeça-de-chapa e um petista ocupa a vaga de vice: Taubaté, no interior de São Paulo.
Líderes do PT vêem nas várias alas peemedebistas o principal obstáculo das alianças. Sem um comando único, é preciso negociar com diferentes caciques, como o presidente do PMDB, deputado Michel Temer (SP), o presidente do Senado, José Sarney (AP), e o líder do partido no Senado, Renan Calheiros (AL). Na opinião do secretário-geral do PT, Sílvio Pereira, coordenador do Grupo de Trabalho Eleitoral, houve um erro estratégico na negociação com o PMDB. Ele acredita que os entendimentos deveriam ter sido feito inicialmente nos diretórios municipais.
Renan aponta a existência de boas estruturas dos dois partidos como principal empecilho para a formação de chapa única. Ele também explica que a negociação para a inclusão do PMDB na base parlamentar de sustentação do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva não envolvia acordo para aliança eleitoral. “Ficou claro que não íamos atropelar nem ser atropelados”, disse.
Erro tático
Para Renan, o PT cometeu um erro tático no caso de São Paulo. “Houve equívocos na condução por parte do PT” afirmou, acrescentando que a aliança entre os dois partidos foi impedida pela prefeita Marta Suplicy.
O presidente do PT, José Genoino, acredita que as alianças com o PMDB que não foram possíveis no primeiro turno poderão ocorrer no segundo. “O eixo estratégico das alianças se dará no segundo turno. O PT e o PMDB vão convergir no segundo turno.”