O governo terá seus próprios aliados como maiores adversários dentro do Congresso para tentar aprovar as sete medidas provisórias que fazem parte do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Das 684 emendas apresentadas propondo alterações nessas MPs, os partidos integrantes da base de apoio do presidente Luiz Inácio Lula da Silva são responsáveis por 406 (59,3%). Se forem contadas as emendas do Partido Verde – que não é oficialmente da base do governo, mas tem representante no ministério de Lula (Gilberto Gil), integra o conselho político do presidente e costuma acompanhar as linhas de votação defendidas pelo Palácio do Planalto -, esse número pula para 434 emendas (63,4%).
Os partidos de oposição apresentaram 250 emendas (36,5%) e o PSDB é o que mais propôs mudanças entre todos no Congresso (149). Entre os aliados de Lula, as legendas que mais fizeram emendas às MPs do PAC foram o próprio PT (90 emendas) e o PMDB (88 emendas).
Algumas das MPs contêm propostas que são consideradas muito polêmicas dentro do Congresso. A MP 349 prevê a criação de um novo Fundo de Investimento em Infra-Estrutura que será bancado com R$ 5 bilhões do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS). A MP 352 trata da TV digital e também enfrenta resistências.
Já a MP 353, que trata da liquidação da Rede Ferroviária Federal (RFFSA), é a que mais recebeu emendas entre todas e promete ter discussão polêmica em torno de garantias trabalhistas para os funcionários da estatal.