O líder do governo na Câmara, Cândido Vaccarezza (PT-SP), relatou hoje que aliados do governo pediram à ministra da secretaria de Relações Institucionais, Ideli Salvatti, para acelerar o processo de liberação de emendas parlamentares. Em encontro no Planalto, Ideli garantiu que resolverá a questão até o dia 15 de julho, segundo relato de três líderes de partidos aliados presentes à reunião.
O líder do PR, Lincoln Portela (MG), disse que os parlamentares apenas deram um “toque” na ministra para liberar pelo menos 50% das emendas. “A gente não colocou a faca no pescoço dela. Só relatamos uma conversa que tivemos num almoço”, disse.
Vaccarezza, que iniciou a entrevista dizendo que o encontro era apenas para dar boas-vindas à Ideli, disse que o pedido de liberação de emendas é “legítimo e natural”. “Não é nenhuma pressão”, acrescentou. Ele disse que os líderes prometeram ao governo votar amanhã a Medida Provisória 527, que trata de temas relativos à licitação para obras da Copa de 2014, da Copa das Confederações e da Olimpíada. Os líderes, no entanto, disseram que não têm condições de acelerar o processo de aprovação das Propostas de Emenda Constitucional (PEC) 300 e 329 que tratam, respectivamente, do estabelecimento de um piso nacional para policiais e de adicional noturno para agentes militares.
Vaccarezza afirmou que as queixas em relação à liberação de emendas são naturais e disse que essas reclamações, inclusive com relação a cargos no governo, “existem desde o ano passado e vão existir sempre. Isso é normal”. O líder do governo disse ainda que é natural que partidos aliados tenham assento no governo. Outras lideranças da base, no entanto, disseram que aguardam ansiosamente pela definição de cargos.