Aliados e oposicionistas poderão ter seu próximo enfrentamento pela instalação
da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos Correios na Comissão de
Constituição e Justiça da Câmara (CCJ), na apreciação de recurso do deputado
João Leão (PL-BA), que questiona a constitucionalidade da comissão.
Leão
alega no recurso que o requerimento para criação da comissão não tem fato
determinado. O líder do PT, Paulo Rocha (PA), disse que a base aliada vai
trabalhar para que a CCJ limite as investigações às denúncias de corrupção nos
Correios. "Vamos fazer essa disputa na CCJ para trazer a CPMI para o âmbito das
investigações nos Correios", afirmou.
O líder petista disse que o
requerimento da oposição é amplo e não se limita às investigações nos Correios.
"Por isso, queremos fazer a discussão na CCJ para que seja restringida a
investigação nos Correios". Biscaia disse que vai seguir os trâmites regimentais
para a apreciação do recurso.
Para o líder do PFL, Rodrigo Maia (RJ), o
recurso não será votado pela CCJ nesta semana, pois há mais de 200 recursos na
fila para serem apreciados. Segundo ele, o mérito para criação da CPMI já foi
decidido pelo presidente do Congresso Nacional, Renan Calheiros (PMDB-AL), na
leitura do requerimento, por isso, não vê porque a pressa para votar a matéria
na CCJ. "O nosso requerimento de CPMI é em cima do fato determinado, da
corrupção nos Correios. Então não há nenhuma pressa para se votar um recurso que
o seu mérito já foi julgado pelo presidente do Congresso", disse.
Rodrigo
Maia informou que se o governo trabalhar para não deixar a CPMI ser instalada
logo, a oposição vai trabalhar para adiar o recesso parlamentar de julho. "Se o
governo atrasar a instalação da CPMI, não teremos outro mecanismo a não ser
postergar o recesso e aí atrasaremos a votação da Lei de Diretrizes
Orçamentárias (LDO), porque automaticamente o Congresso fica convocado."
O Congresso Nacional só entra em recesso no mês de julho, após votar a
LDO.