Políticos de partidos aliados no Rio fazem articulações para transformar em cargos no ministério a maciça votação que o presidente Lula teve no Estado no segundo turno – 5,5 milhões de votos (69,7% dos válidos). Integrantes de PSB, PT, PC do B e até do PRB do Rio querem situação melhor que a de 2002, quando também deram ampla vitória a Lula, mas não ficaram satisfeitos com o espaço obtido.

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Lula nomeou a ex-governadora Benedita da Silva (PT) para o Ministério da Assistência e Promoção Social, que ela deixou em 2004. O outro cargo do Rio é a Secretaria Especial de Política para Mulheres, de Nilcéa Freire. Agora, o objetivo é ter ministérios de peso, condizentes com o terceiro colégio eleitoral e segundo PIB do País.

Um dos alvos é o das Cidades, cobiçado pelo senador Marcelo Crivella (PRB-RJ), candidato derrotado ao governo do Rio, e pelo presidente regional do PSB, deputado Alexandre Cardoso. Mas a ex-prefeita de São Paulo Marta Suplicy (PT) é bem cotada para o cargo.

Outro que gostaria de um ministério é o deputado Jorge Bittar (PT-RJ). No primeiro mandato ele foi lembrado, mas não teve nenhum cargo. Agora, trabalha pelo Planejamento ou pelas Comunicações. Mas no próprio PT do Rio há quem avalie com pessimismo a hipótese de uma pasta com tanta importância ser destinada a um petista do Rio, Estado onde o partido tem porte apenas médio, com votação declinante desde 1998.

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Mesmo derrotada por Francisco Dornelles (PP) na eleição para o Senado, a deputada Jandira Feghali (PC do B) também ambiciona um cargo no primeiro escalão, que lhe seria útil para disputar a prefeitura do Rio. Mas no próprio PC do B não há unanimidade sobre isso.

O presidente do PT fluminense, Alberto Cantalice, disse ao jornal O Estado de S. Paulo que o partido até agora só discutiu a questão de ocupação de cargos no novo governo Lula de maneira informal e só deve fazê-lo oficialmente na semana que vem, em reunião do Diretório Regional.

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"O Rio está subrepresentado no governo, em matéria de postos na administração", afirmou o petista.