Mesmo favorecidos com o resultado da pesquisa DataFolha que aponta o presidente Luiz Inácio Lula da Silva como favorito na disputa eleitoral, aliados do governo adotaram a cautela nos comentários. O entendimento de que a pesquisa retrata um momento que pode ser alterado durante esses meses até a eleição foi amplamente ressaltado. "No momento, é uma intenção", afirmou o presidente do PT, deputado Ricardo Berzoini (SP). "Voto é em outubro, e vamos trabalhar com humildade até a eleição", completou. "O quadro está longe da definição. A eleição será muito disputada", avaliou o presidente da Câmara, Aldo Rebelo (PC do B-SP).
Rebelo considera que assim que o PSDB definir o seu candidato, a tendência será de o nome crescer. "Vai crescer, vai ser forte. Não adianta imaginar que não vai ter disputa. Eleição é dura", afirmou. O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), considerou que a pesquisa segue a constatação de outras feitas anteriormente, que já mostravam que o presidente está ganhando popularidade. "Muita água vai passar debaixo da ponte", afirmou, no entanto.
"Não acho que as coisas sejam dadas", afirmou o líder do PSB na Câmara, Renato Casagrande (ES). Segundo ele, o governo tem que continuar com resultado positivo que suplante o desgaste ético sofrido pelo presidente Lula e pelo PT, atingidos pela crise política no ano passado.
O deputado Luiz Eduardo Greenhalgh (PT-SP) usou de ironia com os tucanos, que contestaram na semana passada a pesquisa feito pelo Instituto Sensus a pedido da CNT, que apontava Lula na frente dos tucanos em primeiro e segundo turnos das eleições. "Acho que certo seria esperar o resultado da auditoria que o senador Arthur Virgílio deverá pedir no Instituto DataFolha", afirmou Greenhalgh. O líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio foi um dos que reagiram com mais veemência contra a pesquisa do Instituto Sensus, procurando desqualificá-la. Greenhalgh considerou ainda que a pesquisa demonstrou que o PSDB tem dificuldades com os seus dois candidatos: o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, e o prefeito de São Paulo, José Serra, derrotados por Lula, nas simulações.
Para o presidente do PMDB, deputado Michel Temer (SP), o resultado é muito prematuro porque as eleições ainda estão muito longe. "Acho que essa pesquisa é compatível com a realidade atual. É uma fotografia do momento. Teremos mais fotografias pela frente. Fora daí, é campo das cogitações", afirmou Temer. Ele reafirmou que o PMDB quer ser uma alternativa para o País, fora do PT e do PSDB. "A tendência do PMDB é ter um candidato próprio e se aliar no segundo turno das eleições" afirmou Temer.