Em reunião ontem que terminou de madrugada, o deputado Aldo Rebelo (PCdoB-SP) e o grupo de deputados que apóia sua candidatura à reeleição para a presidência da Câmara avaliaram o quadro da disputa com o petista Arlindo Chinaglia (SP). De acordo com participantes do encontro, Rebelo já tem cerca de 225 votos. Para vencer no primeiro turno, o candidato precisa de 257 votos. Caso nenhum dos concorrentes atinja a maioria absoluta, a disputa vai para o segundo turno com os dois candidatos que obtiverem o maior número de votos.
Na avaliação, o lançamento de um terceiro nome na disputa foi visto como positivo. De acordo com os apoiadores de Rebelo, mesmo que num primeiro momento esse nome alternativo retire votos dele, num eventual segundo turno a tendência é que esse grupo apóie a reeleição do atual presidente da Câmara. O argumento é que o presidente da Casa tem condições maiores de agregar apoios no segundo turno por conta de seu trânsito nos diversos partidos. "A disputa ainda está indefinida e nesse momento a contabilidade dos votos está muito parecida", afirmou o deputado e senador eleito Renato Casagrande (PSB-ES).
O líder do PFL na Câmara, Rodrigo Maia, que também participou da reunião com Aldo, afirmou que Chinaglia terá dificuldades para cumprir todas as promessas que tem feito para conseguir votos nas bancadas partidárias. Para ele, no entanto, a adesão formal dos partidos a Chinaglia não significa votos favoráveis a ele. "Quando se começa a oferecer cargo no governo, os partidos acabam indo, mas não necessariamente os votos", avaliou.
3ª via
Hoje a tarde, deverá ser conhecido um terceiro nome para a disputa pela presidência da Câmara. Os coordenadores do movimento a favor da candidatura alternativa se reúnem às 15 horas para escolher um nome. Os mais cotados são Gustavo Fruet (PSDB-PR) e Luiza Erundina (PSB-SP).
Pela manhã, o deputado Fernando Gabeira (PV-RJ), um dos coordenadores do movimento, acusou o grupo de Chinaglia de estar espalhando mentiras para obter votos. Segundo Gabeira, o grupo fica dizendo aos deputados que se votarem no candidato que não seja o da maior bancada ficarão sem vaga nas comissões. "Nenhum deputado fica sem comissão. É importante que todos saibam disso. Eu sempre votei contra o vencedor", afirmou. O regimento da Casa estabelece que todos os deputados participem de pelo menos uma comissão como titular.