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A agência de avaliação de risco Fitch Ratings, dos Estados Unidos, alertou os investidores sobre a possibilidade de uma guinada à esquerda na política econômica do governo brasileiro, após a substituição de Antônio Palocci no Ministério da Fazenda.

Pode não haver nenhuma ligação entre os fatos, mas desde que assumiu o comando da economia, o ministro Guido Mantega tem-se esfalfado para tranqüilizar os meios financeiros mundiais de que a política econômica brasileira não vai mudar.

O alerta da agência norte-americana é sintomático e inquietante para o governo Lula, na medida que dá a entender que o candidato do PSDB à Presidência da República, o ex-governador paulista Geraldo Alckmin, é portador de uma agenda de reformas mais ambiciosas, se comparada com as pretensões do presidente atual num segundo mandato.

Percebe-se o vezo conservador da análise patrocinada pela Fitch Ratings, tendo em vista que a agência chega a apontar como vantagem um hipotético retorno da coalizão da era Fernando Henrique Cardoso (PSDB-PFL-PMDB), devido sua identificação ideológica com as tendências do mercado globalizado.

O bloco político citado pelo relatório da agência, no qual o PMDB entraria como fiel da balança, é o suporte congressual para a aprovação das reformas sugeridas, tais como a maior autonomia do Banco Central, maior competitividade bancária, alívio tributário para as empresas e corte de despesas públicas.

Como se vê, um receituário similar ao que fora prescrito pelo chamado Consenso de Washington aos países em desenvolvimento, chancelado pelo presidente Lula já eleito, mas não empossado, na célebre Carta aos Brasileiros. Pois, nesse momento, observamos que o poder das finanças mundiais quer algo mais.

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