Quem trafegou nos últimos dias pela ponte sobre a represa Capivari-Cachoeira, na pista São Paulo-Curitiba, mesmo com todo o esforço e boa vontade, dificilmente deverá ter percebido algum movimento no sentido da recuperação – conforme anúncio do governo federal – do desabamento da ponte da pista inversa.
A queda do último vão da ponte – na direção de São Paulo – ocorreu em janeiro deste ano, mas até agora o Departamento Nacional de Infra-Estrutura de Transportes (DNIT), apesar dos inúmeros pronunciamentos sobre a questão, não parece ter conseguido suplantar a teia burocrática que algema o governo.
Destarte, lamentam os contribuintes e, de modo específico, os usuários da rodovia federal, por mais esse clamoroso descaso ante a responsabilidade constitucional de manter em perfeitas condições de uso os vários itens e equipamentos da infra-estrutura pública.
Esse mal-estar do governo tende a ficar mais agudo, tendo em vista o prazo de seis meses estipulado pela Justiça Federal para o término da duplicação do que falta da Régis Bittencourt, além do que no mesmo tempo a rodovia deve ser deixada nos trinques.
Ora, se quase um ano depois não foi possível reconstruir poucas dezenas de metros duma ponte, como imaginar que toda a extensão da estrada receba o tratamento que a transforme no sonho dos motoristas que por ela trafegam todos os dias?
No contrapé, o brasileiro médio não compreende o motivo que levou o governo a criar uma super-receita, se a contrapartida é tão fluida e insignificante.