Depois de ter sido confirmado no cargo pela presidente Dilma Rousseff, o ministro dos Transportes, Alfredo Nascimento, quer a manifestação de apoio do PR, partido que preside. Nascimento chamou os parlamentares que estão em Brasília para uma reunião, programada para as 17 horas, no ministério. Os senadores Blairo Maggi (MT) e Magno Malta (ES) já confirmaram presença. O deputado Valdemar Costa Neto (SP), secretário-geral do PR e apontado como comandante informal do suposto esquema de corrupção do ministério, segundo reportagem publicada pela revista Veja, não irá ao encontro.
A reunião deverá resultar em uma moção de apoio ao ministro e o pedido para que as denúncias sejam investigadas, segundo um dos convidados para o encontro. Parlamentares do PR consideram que a manutenção de Nascimento na pasta, confirmada pela manhã pela presidente, não acaba com o mal-estar no partido. Na visão desses parlamentares, ou a presidente tem mais informações relacionadas à denúncia da Veja ou agiu precipitadamente, o que mantém a situação delicada. Parlamentares do PR entendem que houve uma quebra de confiança com o governo.
O diretor-geral do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), Luiz Antônio Pagot, afastado no sábado por Dilma, fez chegar ao PR sua irritação. Ele tem dito que não aceita o afastamento e que, se for assim, prefere ser demitido, segundo contou um parlamentar. Além de Pagot, foram afastados o chefe de gabinete do ministério, Mauro Barbosa Silva, o assessor Luís Tito Bonvini e o presidente da Valec Engenharia, José Francisco das Neves.
Reportagem publicada pela revista Veja revelou o funcionamento de um esquema montado no Ministério dos Transportes baseado na cobrança de propinas de 4% das empreiteiras e de 5% das empresas de consultoria que elaboram os projetos de obras em rodovias e ferrovias. A maior parte dos desvios, segundo a revista, ia para o PR e uma parcela era distribuída aos parlamentares dos Estados onde a obra era realizada.