A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Assembléia Legislativa do Rio de Janeiro decidiu hoje abrir processo disciplinar que pode resultar na cassação do deputado Alessandro Calazans (sem partido), envolvido em denúncias de extorsão contra o empresário de jogo, Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira. Durante a sessão, o presidente da CCJ, Paulo Mello (PMDB), indicou o deputado Noel de Carvalho (PMDB) como relator do processo.

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A decisão da CCJ será publicada amanhã, quando sai também a notificação a Calazans, que terá prazo de cinco dias úteis (até sexta-feira, 24), para apresentar as provas de defesa. Os deputados que integram a comissão têm o mesmo prazo para sugerir nomes de pessoas que serão ouvidas. O deputado Paulo Mello disse que será feita mais uma perícia, a terceira, na fita que comprovaria a participação de Calazans na tentativa de extorsão. A gravação foi entregue à imprensa por Jairo de Souza, assessor de Carlinhos Cachoeira. A CCJ tem uma cópia.

O relator adiantou que pretende chamar para depor na comissão os peritos responsáveis pelos dois laudos existentes, Ricardo Molina e Mauro Ricart, além de Carlos Cachoeira e Jairo de Souza. "Se os deputados não sugerirem essas pessoas, eu vou tomar a iniciativa de inclui-los na lista de convidados a depor", revelou Noel de Carvalho.

No início da sessão, o deputado Alessandro Molon (PT) chegou a questionar se Paulo Mello não se sentia impedido de continuar a presidir a comissão do processo, uma vez que poderá ser chamado como testemunha de Calazans. Paulo Mello negou e disse que permanecerá à frente do processo. No fim da sessão, Molon comunicou que vai apresentar representação questionando a permanência de Paulo Mello na presidência da comissão, enquanto estiver sendo analisado o processo. "Até para se preservar, o deputado deveria se considerar impedido de presidir a comissão. Quero deixar claro que a minha posição é essa", disse Alessandro Molon.

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