Alencar diz que governo está tentando se recuperar da era FHC

O vice-presidente José de Alencar assumiu hoje a defesa do governo e, numa referência velada à "herança maldita" cunhada pelo PT, respondeu às críticas feitas na segunda-feira pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Alencar afirmou que o governo está fazendo esforços para recuperar-se das medidas tomadas entre 1995 e 2002 (período do governo de Fernando Henrique Cardoso) e acusou o governo anterior de ter desperdiçado R$ 750 bilhões com as despesas da dívida pública. Ele disse que o governo deixou de investir em infra-estrutura, depois de arrecadar cerca de US$ 90 bilhões com as privatizações. "Nós não podemos estar fazendo política eleitoral, temos que fazer política de desenvolvimento capaz de melhorar a vida dos brasileiros", alfinetou Alencar.

Segundo ele, a situação do país é grave e há muita demanda por investimentos em infra-estrutura. "Nós ainda temos no Brasil verdadeiros esgotos a céu aberto transitando pelas cidades, rios importantes que se transformaram em esgotos, porque não há recursos para nada".

Sem admitir ter tomado conhecimento de que o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso considerou incompetente o governo de Luiz Inácio Lula da Silva, Alencar criticou o aumento da carga tributária e as privatizações feitas sob o comando de Fernando Henrique. "Tivemos a elevação da carga tributária em mais de 30%", lembrou, referindo-se ao aumento da arrecadação com impostos, que correspondia a 28% do Produto Interno Bruto (PIB), em 1995, e chegou a 36% em 2002.

Alencar lembrou ainda o aumento da dívida pública. "Naquele período houve um aumento de quase 90% da dívida brasileira em relação ao PIB, 27 pontos percentuais: de 30% do PIB para 57%".

Conhecido pela sua postura nacionalista, contrária à desestatização, Alencar foi veemente ao criticar as privatizações do governo de Fernando Henrique. "Naquele período, as privatizações representaram cerca de US$ 90 bilhões", afirmou. "Porque privatizamos todo o sistema de telefonia, grande parte do sistema hidrelétrico, todas as indústrias siderúrgicas", reclamou. "Privatizamos outros itens mais como a Vale do Rio Doce, que é um país", lamentou. "Então a soma desses três itens (aumento da dívida, da carga tributária e privatizações) representaram valor superior a R$ 750 bilhões e foram consumidos porque não se fez nada de importante no país em matéria de obra", acusou. Segundo o vice-presidente, os recursos foram usados para pagar os juros da dívida pública. "É só pegar as estatística e ver: consumiu todo esse dinheiro".

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