O vice-presidente da República, José Alencar, considerou um ato de "desespero" dos adversários do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a divulgação ontem de fotos do dinheiro que seria utilizado por petistas para comprar um dossiê contra tucanos. "Isso é um apelo que eles estão fazendo, mostra um desespero deles, porque se uma foto de pilha de dinheiro puder derrotar um homem de bem, então o Brasil vai mal", afirmou.

continua após a publicidade

Alencar reafirmou que não voltaria a ser candidato a vice na chapa de Lula, se houvesse entre as denúncias alguma coisa que arranhasse a honorabilidade do presidente. "Podem estar certos, eu estou lá durante todo o tempo e acompanho com olhos de lince. Se houvesse alguma coisa que pudesse arranhar a honorabilidade do Lula, eu não seria candidato", disse.

O vice-presidente, porém, discordou da iniciativa do PT, que pretende pedir à Justiça a impugnação da candidatura à Presidência de Geraldo Alckmin (PSDB), sob a alegação de que ele estaria utilizando indevidamente os veículos de comunicação para prejudicar a campanha de Lula. "Eu acho que a eleição deve ser ganha na urna, eu sou contra esse negócio de tentar ganhar no tapetão", enfatizou.

O candidato do PT ao governo do Minas, Nilmário Miranda, acredita que as recentes denúncias envolvendo petistas na compra do dossiê Vedoin podem causar algum prejuízo à candidatura de Lula à reeleição. "Mas não alteram o curso da eleição", reiterou.

continua após a publicidade

Já o ministro do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Patrus Ananias, considera "preocupante" o acirramento das denúncias às vésperas da eleição. Ele lembrou do pleito de 1989, quando seqüestradores do empresário Abílio Diniz foram presos com material de campanha de Lula à Presidência, um caso, segundo ele até hoje não esclarecido. "Considerando estes fatos passados, acho preocupante que estas coisas não sejam explicitadas às vésperas da eleição. É fundamental que as instituições, a Polícia Federal e os outros órgãos responsáveis façam todas as apurações como quer o presidente Lula", afirmou.