A Alemanha irá assinar amanhã um acordo que irá liberar a abertura de milhões de arquivos nazistas para o público. A medida tem como objetivo elucidar os passos que os oficiais de Adolf Hitler deram para levar a cabo o Holocausto, informou o ministro do Exterior da Alemanha, Guenter Gloser.
O acordo foi fechado em abril pelas 11 nações que compõem a mesa do Serviço Internacional de Investigação, um dos braços do Comitê Internacional da Cruz Vermelha que vem estudando os documentos do que um dia foi a Alemanha Ocidental – a Alemanha foi dividida em duas após o final da 2ª Guerra Mundial, uma parte Ocidental (capitalista) e a outra Oriental (comunista).
Gloser irá assinar formalmente o protocolo que abre estes documentos na presença de representantes das outras 10 nações que fazem parte do bloco. A cerimônia da assinatura será em Berlim, informou o ministro. O embaixador americano William Timken Jr. assinará o documento em nome dos Estados Unidos, informou a representação americana na Alemanha. Depois de assinado, o protocolo precisa ser ratificado por todos os 11 Estados signatários antes que seja autorizada a abertura dos arquivos.
Mesmo com a ratificação do protocolo, ainda não há uma data concreta agendada para liberar os documentos para o público e outros pesquisadores, mas a ministra da Justiça da Alemanha, Brigitte Zypries, espera que todo o processo seja encerrado até o final deste ano.
Sobreviventes do Holocausto devem comemorar a vitória, já que foram eles e suas famílias que pressionaram os governos, argumentando que caso os documentos não sejam abertos ao público a história de seus parentes mortos durante a ação nazista seria perdida para sempre.
De acordo com um tratado de 1955, informações sobre o holocausto só poderiam ser dadas para sobreviventes ou pessoas que tinham o consentimento, por escrito, de ex-vítimas. As investigações descobriram que era possível localizar pessoas desaparecidas com os documentos.
