A Procuradoria da República em São Paulo denunciou, além de Daniel Dantas, mais 13 pessoas ligadas ao banqueiro pelos crimes de formação de quadrilha, gestão fraudulenta, gestão temerária, evasão de divisas e lavagem de dinheiro. O procurador Rodrigo de Grandis, autor da denúncia, afirmou que todos “constituíram um verdadeiro grupo criminoso empresarial, cuja característica mais marcante fora transpor métodos empresariais para a perpetração de crimes, notadamente delitos contra o sistema financeiro, de corrupção ativa e de lavagem de recursos ilícitos”.

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De acordo com De Grandis, o grupo financiou, quando estava no comando da Brasil Telecom (BRT), o “valerioduto”, suposto esquema montado em 2006 pelo empresário Marcos Valério de Souza para pagamento de propina a congressistas. Apesar das denuncias, o MPF não pediu a prisão de nenhum dos acusados.

Foram denunciados Verônica Valente Dantas, sócia e irmã de Dantas; Dório Fernan, presidente do Banco Opportunity; Itamar Benigno Filho, diretor do banco; Danielle Silbergleid Ninnio, ex-assessora jurídica da BRT; Norberto Aguiar Tomaz, diretor do banco; Eduardo Penido Monteiro, diretor do banco; Rodrigo Bhering Andrade, diretor de empresas ligadas ao grupo; Maria Amália Delfim de Melo Coltrin, conselheira de empresas do grupo; Humberto José Rocha Braz, ex-diretor da BRT e consultor do Grupo Opportunity; Carla Cicco, ex-presidente da BRT; Guilherme Henrique Sodré Martins, lobista do Opportunity; Roberto Figueiredo do Amaral, lobista do Opportunity; e Willian Yu, consultor financeiro.

Dantas e Braz já foram condenados pelo crime de corrupção ativa, acusados de tentar subornar um delegado da Policia Federal (PF) para excluir banqueiro sócio-fundador do Opportunity e seus familiares do inquérito da Operação Satiagraha, da Polícia Federal (PF).

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Na quarta-feira, será completado um ano que Dantas foi preso pela primeira vez, durante as investigações da Satiagraha. Depois de obter a liberdade, junto ao Supremo Tribunal Federal (STF), por meio de um habeas-corpus, ele voltou a ser preso pela tentativa de suborno a um delegado, mas foi solto novamente após outro habeas-corpus do STF.

O Ministério Público (MP) arrolou 20 testemunhas, entre elas o presidente da Santos-Brasil, Wady Jasmim, e o ex-ministro Roberto Mangabeira Unger, que foi ‘trustee’ (figura jurídica que existe nos Estados Unidos e que atua como representante dos interesses de uma empresa) do grupo Opportunity nos EUA.

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