O candidato à presidência da Câmara José Carlos Aleluia (PFL-BA) garantiu hoje, ao discursar na sessão destinada à escolha do novo presidente da Casa, que vai lutar pela independência e por mais autonomia para o Poder Legislativo. Segundo o deputado, a Câmara não pode continuar recebendo ordens do Executivo. "Na verdadeira democracia, os ministros subordinam-se ao Parlamento, e não o Parlamento aos ministros. O presidente legisla, inclusive sobre impostos, como pode se verificar no caso da MP 232. Temos que dizer não à submissão a esse governo autoritário", afirmou Aleluia.
Para ele, qualquer que seja o candidato eleito presidente da Câmara, sua primeira ação deve ser "dar um basta" à apreciação das medidas provisórias que não são de caráter relevante. O deputado criticou o excesso de MPs editadas pelo Executivo em temas que não são considerados urgentes e relevantes, como determina a Constituição Federal.
Aleluia também lembrou o aniversário de um ano do caso Waldomiro Diniz, e disse que a Câmara foi incapaz de criar Comissão Parlamentar de Inquérito para investigar as denúncias contra o ex-assessor da Casa Civil. O candidato também criticou o engajamento de ministros na candidatura oficial de Luiz Eduardo Greenhalgh (PT-S), especialmente o café da manhã realizado na última sexta-feira com a presença de 10 ministros.
"É uma demonstração de que o governo quer que o Parlamento continue subordinado aos ministros. A Câmara aprovou matérias como a Lei de Falências e a Lei de Biossegurança. Aqui venceu a bruxaria. Mas o Senado mudou, e as leis foram melhoradas", enfatizou Aleluia, que falou antes do candidato oficial do PT, Luiz Eduardo Greenhalgh (PT).
