Denise Madueño – A "dança da pizza", como ficou conhecida a seqüência de passos animados da deputada Ângela Guadagnin (PT-SP) no plenário da Câmara, poderá se transformar em um processo contra a parlamentar. O presidente da Câmara, Aldo Rebelo (PCdo-B-SP), pediu formalmente ao corregedor, deputado Ciro Nogueira (PP-PI), que examine o comportamento da deputada.
Guadagnin comemorou a absolvição do deputado João Magno (PT-MG) do processo de cassação na madrugada da última quinta-feira dançando, inicialmente no meio das cadeiras e, em seguida, no corredor do plenário.
No pedido, Rebelo não fala em falta de decoro nem sugere punição, apenas pede ao corregedor que examine o fato. No pedido foram anexadas fotos de Guadagnin dançando e reportagens publicadas na imprensa com a repercussão negativa do episódio. O corregedor começou a analisar o ato da deputada hoje mesmo.
A dança da parlamentar pode ser entendida como um desrespeito à Câmara. A favor da deputada, no entanto, há o fato de ela ter pedido desculpas à população após a repercussão de seu ato. Essa atitude de Guadagnin deverá ser levada em conta na avaliação do corregedor, que poderá entender que ela demonstrou que não pretendia ofender ninguém.
A corregedoria é o órgão da Casa que examina o comportamento dos deputados. Funciona, em alguns casos, como uma instância anterior ao Conselho de Ética. Ontem, a deputada não quis comentar o pedido de Aldo ao corregedor. Por meio de sua assessoria, disse que falará sobre o assunto amanhã no plenário da Câmara.