Brasília – O presidente da Câmara, Aldo Rebelo (PCdoB-SP), afirmou hoje (4) que não acredita na existência de um "acordão" para livrar deputados da cassação. O Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Casa está analisando 11 processos contra deputados.
"Eu não acredito na possibilidade de acordo nem para cassação, nem para absolvição, e acho muito difícil que isso aconteça. Nem no Conselho de Ética, porque o voto é aberto e todos os deputados têm demonstrado postura independente. E acho muito mais difícil qualquer acordo no plenário de 513 deputados", afirmou Aldo.
Ontem (3), o relator da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito dos Correios, deputado Osmar Serraglio (PMDB-PR), disse temer que muitos dos acusados de receber dinheiro de um suposto esquema de pagamento de mesadas a parlamentares em troca de apoio político não sejam punidos. Serraglio levantou a suspeita de um "acordão" na Câmara para evitar novas cassações.
O líder do PFL, Rodrigo Maia (RJ), também não acredita na existência de um acordo. "Não acredito em nenhum tipo de acordo. Ao contrário, acho que, se alguém tem expectativa de que o resultado da não-cassação do deputado Romeu Queiroz (PTB-MG) vai aliviar a situação para os outros, eu tenho a visão completamente oposta", disse Maia. Para ele, o resultado vai "acirrar" a pressão sobre os parlamentares e aumentar a possibilidade de cassação.
O deputado Carlos Sampaio (PSDB-SP) afirmou que não teme um "acordão", mas ressaltou que todo alerta "é bem-vindo". Para Sampaio, as decisões do Conselho de Ética, do qual faz parte, deveriam ser respeitadas. "É importante que as decisões do Conselho de Ética sejam respeitadas porque não estão partidarizadas", destacou.
Relator do processo contra o deputado Pedro Corrêa, do PP de Pernambuco, Carlos Sampaio pretende ouvir na próxima semana duas testemunhas e concluir o relatório no dia 12 deste mês.