Álcool pressiona inflação medida pelo IPCA-15

O acordo entre governo e produtores não impediu a forte pressão do álcool sobre a inflação oficial em janeiro. O Índice de Preços ao Consumidor Amplo – 15 (IPCA-15) ficou em 0,51%, ante 0,38% em dezembro, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O álcool, com reajuste de 9,22%, representou sozinho uma pressão de 0,10 ponto porcentual sobre a taxa e ainda foi responsável pela elevação no preço da gasolina (0,59%)

Como a gasolina tem 25% de álcool anidro na sua composição, acabou sofrendo o impacto do aumento provocado pela entressafra sucroalcooleira na região Centro Sul. O IPCA-15 é uma espécie de prévia dos resultados do IPCA, índice que é referência para as metas de inflação do governo. Os dois índices diferem-se apenas no período de coleta. No caso da taxa divulgada hoje, a pesquisa ocorreu entre 14 de dezembro e 13 de janeiro. Para o IPCA, que será divulgado em fevereiro, a coleta ocorre durante todo o mês

As pressões sobre o IPCA-15 já haviam sido contabilizadas nas projeções do mercado financeiro e, por isso, a alta ficou dentro das expectativas e não abalou as expectativas em relação à continuidade da trajetória de queda dos juros básicos (Selic). As projeções para o IPCA de janeiro mantiveram-se em torno de 0 65%

Ainda como influências de alta no índice 15 em janeiro, destacam-se as tarifas dos ônibus, que ficaram mais caras (0 68%) por causa de reajustes ocorridos em Belo Horizonte e Brasília. Os produtos alimentícios registraram variação de 0,41% e confirmaram a pressão pontual dos produtos in natura nos meses anteriores, com reversão total nas variações de produtos como tomate (de +37,44% para -16,25%) e cebola (de 15,10% para -10 24%)

Por outro lado, houve alta em produtos importantes para as despesas das famílias, como o arroz (de 0,63% para 3,51%) e o feijão preto (de 4,08% para 9,22%), refletindo menor oferta

De acordo com o documento de divulgação do IBGE – os técnicos do instituto não comentam essa pesquisa -, o IPCA-15 de janeiro absorveu, também, no que se refere aos planos de saúde, a diferença entre o reajuste que vinha sendo praticado e o autorizado pela Justiça nos contratos antigos (anteriores a 1999) a partir de dezembro, para determinadas operadoras em algumas regiões. Com isso, a variação do item plano de saúde, que mensalmente girava em torno de 1%, ficou em 1,89%

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