O governador do Estado de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), disse hoje (4), em São José do Rio Preto, a 440 quilômetros da capital paulista, que os tucanos paulistas foram precipitados ao escolher o dia 10 de março como prazo final para o partido decidir sobre quem será o candidato a presidente da República. "O prazo tem de ser o mínimo possível, mas não há como escolher uma ‘data limite’, porque essas decisões, como tudo em política, surgem somente depois de muitas conversas", declarou Alckmin.
Reunidos hoje (4) de manhã em Campinas, a 100 quilômetros da capital, lideranças tucanas do Estado deram prazo até sexta-feira (10) para definir o nome do candidato à sucessão de Lula, porque entendem que a demora na escolha pode prejudicar o desempenho do partido na campanha eleitoral deste ano. Alckmin e o prefeito de São Paulo, José Serra, disputam a preferência do partido e os tucanos paulistas esperam uma decisão para decidir sobre quem serão os sucessores de um ou de outro.
O governador transferiu para a executiva nacional e ao presidente do partido, Tasso Jereissati, a responsabilidade sobre a escolha, que segundo ele, deverá ocorrer "até o final de março". "Até lá saberemos quem será o escolhido; se for o Serra, estarei unido com ele na campanha", afirmou. Ele disse ainda não temer futuras pressões dos correligionários para apressar a escolha. "Estou 100% zen", disse.
Em visita a São José do Rio Preto, onde liberou verbas de R$ 10,5 milhões para a construção de um hospital infantil, Alckmin experimentou a frieza da campanha. Ao contrário de outras cidades por onde passa, ele foi pouco aclamado como candidato a presidente pelos políticos locais. Apenas o presidente da Assembléia Legislativa, Rodrigo Garcia (PFL), e o deputado estadual Vaz de Lima (PSDB-SP), se dirigiram a ele neste sentido. Também não havia nenhuma faixa ou cartaz anunciando-o como candidato e os aplausos também foram comedidos.
Alckmin, no entanto, voltou a tentar colar sua imagem ao do ex-presidente Juscelino Kubitschek. Depois de ser comparado a JK pelo deputado Vaz de Lima, Alckmin voltou a chamar Lula de "anti-Juscelino" por ter dito que o Brasil não precisa ter pressa para crescer.
