Após semanas desativado, o Conselho Político da campanha do candidato tucano Geraldo Alckmin voltará a se reunir nesta quarta-feira, para definir o que será feito até o final do mês, avaliar o programa eleitoral na TV e o desempenho nas pesquisas.
O esforço na reta final é para levar a eleição ao segundo turno, sem baixar o nível da campanha, nem perder votos com ataques agressivos ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Na reunião do Conselho Político, que deverá contar com a presença do jornalista Luiz Gonzalez, responsável pelo programa na TV, o PFL deve insistir num tom mais agressivo contra Lula. Mas tanto Gonzalez quanto a cúpula do PSDB temem repercussões negativas se forem adotados exageros no discurso. No entanto, o marqueteiro deve fazer algumas concessões aos políticos. Bater em Lula na propaganda gratuita, na avaliação do PSDB, seria muito mais para agradar ao público interno, pois a crítica dura pode ser questionada por setores simpáticos à candidatura de Alckmin.
Ainda no âmbito do Conselho Político serão discutidas as propostas do programa de governo. O comando político da campanha deve cobrar sugestões mais objetivas para o País, evitando que fiquem apenas no discurso e na superficialidade. No sábado, em Esteio (RS), Geraldo Alckmin anunciou pontos de seu programa para o agronegócio, agricultura familiar e reforma agrária. Alguns aliados reconhecem que foram genéricos sem explicitar como, se eleito, pretende acabar com a crise no setor agrícola, apesar do diagnóstico de que os principais entraves são o câmbio impostos e juros altos. Esse será também o principal tema da visita que faz hoje à cidade de Jataí (GO) e em Goiânia.
O candidato tucano está devendo também ao Conselho Político, formado por presidentes e líderes do PSDB, PFL, PPS e parcela do PMDB o pacote anticorrupção que já está pronto e só falta ser divulgado. A idéia de Alckmin é lançar todo o programa de uma só vez.
Depois do encontro com seus conselheiros, o tucano faz na quarta-feira mais uma viagem a Minas Gerais. Desta vez, ao município de Teófilo Otoni. O objetivo é pegar carona na popularidade do governador Aécio Neves, candidato à reeleição, que está com mais de 70% nas pesquisas. A presença semanal de Alckmin em Minas já vem rendendo votos e, segundo as pesquisas internas reveladas esta semana pelo próprio governador, o presidenciável já começou a crescer no Estado.
No sábado e domingo, ele retorna ao Ceará, embora o governador Lúcio Alcântara, candidato à reeleição, tenha exibido cenas ao lado de Lula na TV, o que irritou o comando da campanha. Na ausência de Lúcio, a campanha está sendo tocada apenas pelo presidente do PSDB, senador Tasso Jereissati (CE). Em 15 dias, ele percorreu 18 municípios. Com o senador, Alckmin vai aos municípios de Cascavel, Senador Pompeu e faz um comício em Quixeramobim. No domingo estará pela manhã em Quixadá e, à noite viajará para João Pessoa. Em Salvador, o senador Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA) está preparando uma grande reunião de Alckmin com prefeitos, inclusive de outros Estados do Nordeste, para o dia 11, segunda-feira.