Alckmin quer afastamento de Lula pelo voto

O candidato da coligação PSDB-PFL à Presidência da República, Geraldo Alckmin, subiu o tom das críticas ao principal adversário nesta campanha eleitoral, o presidente e candidato à reeleição Luiz Inácio Lula da Silva (PT), e defendeu o seu afastamento. "Acho que tem que afastar o Lula, é mais prático, porque não é possível que sete envolvidos (no escândalo do dossiê Vedoin) sejam ligados ao Lula", afirmou. Apesar de defender o afastamento do petista, Alckmin disse que isso deve ser feito através do processo eleitoral e não pelo impeachment. "Não sou favorável ao impeachment, no modelo presidencialista é pelo voto (que se afasta um presidente da República)", disse. E voltou a falar na convicção que tem de que irá para o segundo turno das eleições, e que irá vencer o pleito "para moralizar a vida pública e para o Brasil não perder mais tempo".

Ainda nas críticas, o tucano salientou que o Brasil atravessa uma situação muito grave. "É o povo quem paga pelos erros dos governantes", emendou, e voltou a dizer que tem apreço pela democracia e confia no voto popular (para virar o jogo eleitoral). Ele lembrou a seguinte frase do falecido governador tucano Mário Covas: "O povo não erra, cabe os políticos levar as informações ao povo". Ele disse que sua coligação está fazendo justamente isso e, por essa razão, acredita que levará o pleito presidencial para o segundo turno.

Questionado sobre a posição do presidente Lula em mais esse escândalo, Alckmin disse mais uma vez que é impossível o presidente da República não ter tido conhecimento de nada. "São pessoas (os envolvidos no dossiê) íntimas e próximas do presidente", acrescentou.

Alckmin falou também que se o PT tivesse realmente a intenção séria de apurar o escândalo das sanguessugas, levaria a denúncia ao conhecimento do Ministério Público, e pediria investigações. Na sua avaliação, não houve ligações do candidato tucano ao governo de São Paulo, José Serra, com esta máfia. "Se tiver justificativa, que se investigue, mas tudo indica que não houve ligações (de Serra com a máfia). O fato real é que houve a tentativa de compra (pelo PT) de um (suposto) dossiê por R$ 1,7 milhão, e é isso que precisa ser esclarecido".

Alckmin deu as declarações após assinar, no inicio da tarde de hoje, o termo de compromisso "Presidente Amigo da Criança", da Fundação Abrinq, Unicef e Rede de Monitoramento Amiga da Criança. Alckmin foi o quarto presidenciável a aderir a este compromisso, que inclui metas para a infância e adolescência. Os candidatos Heloísa Helena (PSOL), Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Luciano Bivar (PSL) já assinaram o termo. Dentre as prioridades, estão a redução das taxas de mortalidade infantil e materna.

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