O candidato da coligação PSDB-PFL à Presidência da República, Geraldo Alckmin, assumiu nesta terça-feira (05) o compromisso com empresários do setor de infra-estrutura de fortalecer as agências reguladoras caso seja vença as eleições. Segundo ele, há falta de investimentos no setor, sobretudo em energia elétrica, porque o governo federal aplica inadequadamente os recursos financeiros que dispõe e, ao mesmo tempo, optou por enfraquecer as agências, desestimulando investimentos privados.

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"O governo federal não faz investimentos porque gasta muito e mal, o Brasil não cresce e o setor privado não confia", resumiu o tucano. "Vou reforçar todas as agências reguladoras, principalmente na área de energia, com a Agência Nacional de Petróleo (ANP) e a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel)" acrescentou.

Alckmin aproveitou o encontro com os empresários para apresentar o programa de governo do PSDB-PFL para o setor de infra-estrutura. As metas do tucano são de acrescentar 16 mil megawatts (MW) de capacidade instalada entre 2007 e 2010, além de expandir a produção de gás natural de 15,8 milhões de metros cúbicos por dia para 70 milhões de metros cúbicos/dia até 2011.

Dentro da proposta de maior diversificação da matriz energética brasileira, Alckmin assegurou a construção da usina nuclear de Angra 3. "Todos os estudos indicam a gravidade do problema de oferta de energia e esses mesmos estudos apontam a necessidade de contarmos com Angra 3", declarou. "A tecnologia de usinas nucleares avançou mais no campo da segurança nos últimos anos", justificou

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Além de investir em energia nuclear, Alckmin prometeu estimular maior participação de energias alternativas na matriz brasileira com o uso da biomassa, álcool, biodiesel, além de apoiar a execução de projetos polêmicos, caso das hidroelétricas previstas para serem construídas nos rios Xingu e Madeira, no Norte do País.

O programa tucano também prevê a construção de mais dois gasodutos no País (Urucu-Coari-Manaus e Urucu-Porto Velho) e a ampliação da malha desse insumo no Sudeste e Nordeste. Os investimentos seriam da ordem de US$ 92 bilhões, sendo US$ 17 bilhões advindos da iniciativa privada e outros US$ 75 bilhões da Petrobras. O PSDB também se comprometeu em elevar a produção de petróleo de 1,88 milhão de barris/dia para 2,37 milhões, até 2011.

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Em transportes, Alckmin apresentou o plano "Transporte para o Desenvolvimento", com previsão de investimentos da ordem de R$ 37 bilhões entre 2007 e 2010. A partilha dos investimentos seria feita da seguinte ordem: 50%, da União; 25%, da iniciativa privada; 20% de organismos internacionais e nacionais de financiamento; 5%, dos Estados.

Os investimentos seriam distribuídos, segundo o programa, em recuperação de 22 mil quilômetros de rodovias (R$ 4,4 bilhões), manutenção e preservação da infra-estrutura existente (R$ 2,2 bilhões), conclusão de projetos considerados estratégicos e já iniciados, além de novas empreendimentos (R$ 30 bilhões), além de R$ 400 milhões a serem aplicados em obras de engenharia para prevenção de acidentes.

Os projetos mais importantes de transporte e logística apresentados no programa foram a pavimentação da BR-163, interligando Cuiabá (MS) a Santarém (PA); duplicação da BR-116 e da BR-304 (Fortaleza-Natal); duplicação da BR-101; e melhoria da BR-222 (Fortaleza-Teresina-São Luiz); Rodoanel Metropolitano de São Paulo; duplicação da Rodovia do Mercosul.

Em ferrovias, a proposta é de execução dos projetos Norte-Sul; Transnordestina; Luis Eduardo-Brumado; Nova Ferrovia Nordestina-Eliseu Martins-Parnamirim; Parnamirim-Suape/Pecém; Rio Verde-Goiandira; Norte-Sul de Anápolis a Gurupi; Patrocínio-Prudente de Moraes; Itaobim-Teófilo Otoni-Governador Valadares; e revitalização da Corinto-Pirapora.

Também sugere a construção da eclusa de Tucuruí; ampliação do Porto de Itaqui e a adequação do Porto de Santos, entre outros projetos.

Na área de saneamento básico, Alckmin se comprometeu a aprovar na Câmara dos Deputados o novo marco regulatório do setor, já aprovado pelo Senado. O programa também apresenta propostas e metas para os transportes urbanos e a busca de desenvolvimento econômico sem comprometer o meio ambiente.

"Há uma sinergia grande de idéias entre as propostas de Alckmin e o que a Abdib defende", comentou o presidente da entidade representativa da indústria, Paulo Godoy.