O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), pode optar por uma “solução caseira” para o cargo de secretário de Agricultura, ocupado interinamente há dez dias por Antonio Julio Junqueira de Queiroz, após a saída de João de Almeida Sampaio. Com a opção do DEM em abrigar Rodrigo Garcia na Secretaria de Desenvolvimento Social, Alckmin teve de recomeçar do zero a procura por um nome para a Agricultura.
Garcia era um nome praticamente certo para a Agricultura, mas, como tem a intenção de ser candidato a prefeito de São Paulo em 2012, não teria na pasta os recursos, o apelo social nem os dividendos eleitorais que conseguirá no Desenvolvimento Social.
Com Garcia fora do páreo, ganha força o nome do assessor especial de Alckmin Frederico D’Ávila para ocupar a Agricultura. Grande produtor rural e pecuarista no Sudoeste de São Paulo, D’Ávila tem ainda apoio político para o cargo, apesar da pouca experiência executiva.
Nos bastidores do governo paulista, o comentário é de que ele tomaria posse na segunda-feira, 2, juntamente com Garcia no Desenvolvimento Social e Paulo Barbosa na Secretaria de Desenvolvimento Econômico. Só que naquele dia começa a Agrishow, principal feira agropecuária do Hemisfério Sul, e Alckmin deve participar da abertura, pela manhã, em Ribeirão Preto (SP).
Mas Alckmin avalia ainda manter o próprio Queiroz no cargo. Ele foi secretário-adjunto nos quatro anos e três meses em que Sampaio ocupou a Secretaria de Agricultura e foi designado pelo governador para ocupar interinamente o comando da pasta até que o substituto seja escolhido.
Ao mesmo tempo, cresce o lobby político pelo presidente da Sociedade Rural Brasileira (SRB), Cesário Ramalho da Silva. Indagado sobre a pressão junto ao governador pelo seu nome, Ramalho desconversou. “Sempre o nome do presidente da Rural (SRB) é lembrado nessas horas. É natural, até porque o João (Sampaio) ocupava o mesmo cargo quando foi escolhido”, disse. “Mas não sei de nada sobre isso”.