Os gastos das campanhas à presidência da República demonstram as diferentes estratégias adotadas pelos comitês dos dois principais candidatos. Os números foram divulgados no último dia 6, como parte da segunda prestação parcial de contas, exigida pela Lei 11.300, que rege estas
eleições.
A campanha de Luiz Inácio Lula da Silva (PT-PRB-PcdoB) arrecadou R$ 22,3 milhões e gerou despesas de R$ 19,9 milhões. A de Geraldo Alckmin (PSDB-PFL) arrecadou R$ 21 milhões e gastou R$ 20,2 milhões. Os outros seis candidatos, somados, arrecadaram pouco mais de R$ 1,7 milhão. Embora a diferença de arrecadação entre Lula e Alckmin não seja muito grande, a forma como o dinheiro é utilizado é bem distinta.
O maior gasto do candidato tucano foi com a produção de programas de televisão, rádio ou vídeo: R$ 8,6 milhões. O número é três vezes maior do que o gasto por Lula para a mesma finalidade: R$ 2,7 milhões.
Alckmin também investiu mais em publicidade com materiais impressos, como panfletos e santinhos: R$ 3,5 milhões, contra R$ 1,9 milhão gasto por Lula. Em compensação, a campanha do petista aplicou dez vezes mais recursos no uso de placas, estandartes e faixas: R$ 2,7 milhões, contra R$ 269 mil usados pelo tucano.
Lula investiu 20 vezes mais recursos na produção de jingles, vinhetas e slogans que o concorrente: R$ 500 mil, contra R$ 25 mil de Alckmin. Já o tucano registrou o dobro em despesas com criação e manutenção de páginas na internet: R$ 300 mil, contra R$ 150 mil pagos pelo petista.
No quesito pesquisas eleitorais, a campanha de Lula investiu R$ 1,1 milhão, enquanto a equipe de Alckmin gastou R$ 773 mil. Em eventos de promoção da candidatura, como os comícios, Lula informou gastos de R$ 711 mil, enquanto o tucano não registrou qualquer despesa.
O único item em que ambos os candidatos informaram valores semelhantes é o das despesas com transporte. Alckmin gastou R$ 1,673 milhão, contra R$ 1,657 milhão de Lula.
Nestas duas prestações de contas, feitas nos dias 6 de agosto e 6 de setembro, não é necessário especificar o doador. Os dados completos só terão de ser informados na prestação final da campanha, 30 dias após as eleições. Só poderá tomar posse quem tiver as contas aprovadas.