Apesar da garantia que deu nesta quarta-feira (11), em sabatina realizada pelas rádios Bandeirantes e Bandnews, de que manterá o estilo ‘Mike Tyson’ nos próximos debates, o candidato da coligação PSDB-PFL à Presidência da República, Geraldo Alckmin, deverá deixar de lado a postura mais aguerrida em relação ao adversário do PT, presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e adotar um tom mais propositivo nos primeiros programas do horário eleitoral gratuito. Os programas no rádio e na TV começam a ser veiculados amanhã em todo o País.
Segundo fontes com trânsito no comando de campanha tucana, pesquisas qualitativas realizadas após o debate na Rede Bandeirantes, no último domingo, apontaram para o risco da atitude mais agressiva de Alckmin ser classificada, por parte do eleitorado, como arrogante. Essa mesma opinião é compartilhada pelo especialista em pesquisas eleitorais e diretor da Brasmarket, Sidney Kuntz. "Ao partir para o ataque e mostrar uma faceta desconhecida para o público, o ex-governador pode ter se descaracterizado junto a uma parcela do eleitorado e ter passado uma imagem de arrogância", disse o especialista.
Na avaliação de Kuntz, a postura mais aguerrida que Alckmin adotou no debate do último domingo poderia ter sido absorvida pelo eleitorado se ele tivesse dito o que falou nas entrevistas que concedeu após o evento, que essa atitude era fruto de sua indignação com o que está ocorrendo no País. "Ele deveria ter dito que estava indignado no debate, isso não provocaria tal impacto", emendou. O especialista acredita que a estratégia de baixar um pouco o tom nos programas do horário eleitoral, pelo menos nos primeiros que irão ao ar, está correta, porque neste segundo turno o interesse maior do eleitorado é com relação às propostas dos candidatos. "Se quiser bater, pode bater, mas tem que mostrar também a que veio, tem de falar das propostas", complementou.
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