O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), subiu o tom das críticas ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e, em entrevista à Agência Estado, afirmou que o maior problema enfrentado pela administração federal e seu dirigente não é a perda de popularidade, mas sim a perda de credibilidade. "O que preocupa, nesta conjuntura de acirramento da crise, não é a perda de popularidade (do presidente e de seu governo), mas sim a perda de credibilidade, porque vemos o presidente dizer uma coisa e fazer outra", disse o governador paulista.
Na entrevista, concedida por telefone da Índia, onde participa da maior feira de negócios da Ásia, Alckmin evitou, mais uma vez, falar diretamente sobre os planos de concorrer à Presidência da República. Mas ao comentar a entrevista do presidente do Instituto Vox Populi, Marcos Coimbra, ao blog do Noblat, de que é o melhor nome para enfrentar Lula em 2006, falou como candidato: "Um governante tem de saber liderar, saber ousar, cortar gastos, manter a qualidade e pisar no acelerador para que as coisas andem mais depressa. Não há salvador da pátria nem à esquerda e nem à direita, temos de ter ética, ser eficientes neste mundo competitivo e trabalhar com algo que deve ser uma obsessão nacional, a melhoria da Educação em todos os níveis."
O governador salientou, também, a importância de um governante ser coerente com suas declarações. "A credibilidade se conquista quando existe confiança nos princípios e valores", disse, destacando que seu governo é bem avaliado porque mantêm, há 12 anos, desde a gestão Mário Covas, os princípios e valores na busca da eficiência. E, no seu entender, o presidente Lula está se distanciando dessa credibilidade, ao tentar, por exemplo evitar a prorrogação dos trabalhos da CPI dos Correios, apenas três dias após ter garantido, em entrevista ao Roda Viva, da TV Cultura, que sua administração não iria interferir nos trabalhos das CPIs em curso. "Há um evidente descompromisso entre falar e fazer", criticou.
