Alckmin diz que “não há nenhum golpismo” na oposição

A declaração do presidente Luiz Inácio Lula da Silva de que a oposição tem buscado "outros meios" para tirá-lo do poder foi interpretada neste sábado (23) pelo candidato do PSDB, Geraldo Alckmin, como uma defesa da impunidade. "Não há nenhum golpismo. Aliás, o Collor caiu por muito menos", disse o presidenciável tucano, referindo-se ao ex-presidente Fernando Collor de Melo (1990-1992), que foi acusado de corrupção e sofreu um processo de impeachment.

"Não há nenhum golpismo. Agora, ele (Lula) não pode querer impunidade", insistiu Alckmin, durante uma atividade de campanha pela manhã em Belo Horizonte. "Impunidade não, porque impunidade é a mãe da corrupção", disse.

Lula, candidato à reeleição, disse ontem, em discurso para prefeitos, que seus opositores têm buscado "outros meios" para retirá-lo do poder e afirmou que "tem gente neste país que ainda não aprendeu a viver na democracia.

A fala contra os adversários, em meio ao escândalo do envolvimento de petistas na compra de um dossiê contra tucanos, também foi criticada pelo governador de Minas, Aécio Neves (PSDB). "Acredito que isto seja o recado para os seus aliados, porque, se alguém está querendo tirá-lo efetivamente do poder, são aqueles que ele colocou em cargos públicos e que não honraram esses cargos públicos.

O governador mineiro observou que "ninguém mais" do que o presidente é responsável pela montagem de seu governo. "E os mais graves problemas que o governo do presidente Lula vem vivendo ao longo dos últimos anos não surgiram no campo da oposição, surgiram do núcleo do seu governo. E não é do setor periférico do governo não, é o núcleo mais duro do seu governo" disse.

Numa alusão ao futebol, lembrou as baixas no primeiro escalão do atual governo diante dos sucessivos escândalos. Para ele, "Lula já está jogando quase com o terceiro time." O primeiro caiu, o segundo já está caindo e com quem ele vai governar?", questionou. Aécio, que também concorre à reeleição, disse que esta é uma pergunta que o País já começa a fazer e que pode favorecer Alckmin na reta final da campanha.

"Além das suas qualidades pessoais, da sua experiência, tem time tem equipe. Este é o grande diferencial", disse. "Ninguém governa sozinho absolutamente nada, muito menos o Brasil", completou.

O presidenciável tucano voltou a cobrar do governo e do Ministério da Justiça explicações sobre a origem do dinheiro que seria usado para pagar o dossiê contra os candidatos do PSDB e a revelação de "quem mais está por trás de tudo isso." "Até agora, não foi explicado quem era o dono desse dinheiro, quem são os donos das contas bancárias, como é que o dólar entrou no País", disse.

Alckmin comentou também a acusação do prefeito do Rio, César Maia (PFL), de que o programa eleitoral do PT manipulou imagens de Lula na última Assembléia das Nações Unidas, veiculando aplausos entusiasmados da platéia – formada por chanceleres e chefes de Estado.

Segundo Maia, houve montagem e os aplausos não eram para Lula. Para o candidato tucano, "essas pequenas coisas mostram bem o caráter, mostram bem o espírito que hoje norteia a política brasileira na área federal." "É impressionante como a mentira política ela está entranhada na campanha do Lula e no PT. Veja que até no discurso do presidente na ONU, era fraudado o aplauso", disse, afirmando que as imagens referiam-se à despedida da Koff Anann da Secretaria Geral do órgão.

Alckmin e Aécio, acompanhados pelo ex-presidente Itamar Franco (sem partido) e pelo candidato ao Senado, Eliseu Resende (PFL), participaram de uma carreata, que percorreu ruas da Zona Sul e do Centro da capital mineira.

Na região central, pararam para tomar café num tradicional estabelecimento, reduto de políticos em campanha. A presença dos candidatos e do grande número de militantes tumultuou o trânsito.

O ato de campanha foi chamado de "carreata da vitória" e os candidatos tucanos reafirmaram a crença de que haverá segundo turno. "Crescemos dois pontos. Agora é que esse crescimento vai se acentuar mais. Temos tudo aí para ir para o segundo turno", disse Alckmin.

Entusiasmado com a grande participação de cabos eleitorais e populares no ato, Aécio afirmou que está "sentindo o clima da virada". "Há um certo clima de indignação com tudo isto que nós estamos assistindo no Brasil.

Segundo ele, a tendência de crescimento do presidenciável já pode ser identificada nas pesquisas internas do PSDB. Para Aécio a reta final "é a hora em que a razão começa a prevalecer." "É hora de darmos um fim neste ciclo de governo do PT.

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