O candidato a presidência da República pelo PSDB, Geraldo Alckmin, criticou duramente o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que o acusou de não perceber a realidade atual do país. "O governo Lula não faz as reformas e ainda acha que está tudo bem. Ele fica aí, no aerolula, andando nas nuvens. É preciso por os pés no chão, ver a realidade do povo, o sofrimento e as dificuldades", disse.
O candidato participou de corpo-a-corpo no Morro da Providência, zona portuária do Rio de Janeiro. No local, Alckmin continuou a elevar o tom nas críticas à Lula e voltou a falar sobre o crescimento fraco da economia brasileira no segundo trimestre. "Acabou de ser divulgado o crescimento de 0,5% do PIB no segundo trimestre. (…) Isso mostra que estamos passando por um período difícil e o governo, ao invés de agir no rumo certo, ele piora" disse.
Alckmin acrescentou que Lula provavelmente deverá aumentar impostos no ano que vem "para gastar em gastos correntes". "O Brasil não cresce, fica amarrado com essa política fiscal ruim e juros altos", disse. O candidato disse ainda que "é possível ter uma política monetária melhor." Alckmin também duvidou de que Lula possa fazer melhor em um segundo mandato. "O governo federal tem que agir rápido. Em um segundo mandato pode ser pior; o governo sem maioria e o que você não fez em quatro anos…", afirmou.
O candidato do PSDB à presidência da República criticou ainda a postura do presidente Luiz Inácio Lula da Silva de não participar de debates com outros presidenciáveis. "O presidente gosta de monólogo, só ele fala, não vai a debate, tem medo do confronto de idéias", disse. Alckmin foi questionado por repórteres se, com o desenrolar das pesquisas, estaria elevando o tom das críticas a Lula e atacando mais duramente o presidente. Ele respondeu que "não são ataques, é dever de todo brasileiro combater a corrupção, a gente precisa crescer, país forte é país que cresce".
Economia
Alckmin criticou ainda a política cambial do governo Lula. "O real está sobrevalorizado, e o dólar está desvalorizado artificialmente", disse. Segundo ele, as políticas do governo têm contribuído para uma entrada maciça de dólares no País, que tem prejudicado o andamento da economia brasileira. "Por que o dólar está tão desvalorizado aqui? Por que essa enxurrada de dólar? Com juros muito altos, vem todo mundo aqui, levando nosso dinheirinho embora e o Brasil não cresce", disse. Ele acrescentou que, na sua avaliação, o governo está gastando recursos para manter o patamar de dólares atual, mas está prejudicando o País com isso. "O governo está comprando dólar pra tentar segurar o câmbio, está queimando dinheiro", disse.
Alckmin defendeu que é preciso não comprar dólar, e sim agir nas causas do problema, que, na avaliação do candidato, são "uma política fiscal ruim e uma política monetária exacerbada". Durante caminhada de uma hora pelo Morro da Providência, na zona portuária do Rio de Janeiro, Alckmin cumprimentou moradores ao lado do prefeito do Rio, César Maia.