Alckmin diz que governo Lula é formado por amadores

Rio Verde, GO – O pré-candidato a presidente Geraldo Alckmin (PSDB) afirmou hoje que o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva é formado por amadores e paga um custo fiscal alto por ter mudado de discurso, o que ele chamou de "custo PT". As críticas foram feitas durante a Feira Internacional de Tecnologia Agrícola em Ação (Agrishow), em Rio Verde, no interior de Goiás, na qual Alckmin foi recebido aos gritos de "presidente" e palestrou sobre a conjuntura econômica nacional.

"Tom Jobim dizia que o Brasil não é um país para amadores", disse, entre uma de muitas críticas ao governo federal, como, de acordo com ele, a má qualidade do gasto público, a elevada taxa de juros e a valorização do real em relação ao dólar. Ao explicar, mais tarde, a afirmação, ele disse que não se referia a Lula em particular. "É uma referência ao aparelhamento de Estado e não à pessoa do presidente. Governo é gente, é preciso ter equipe, gente preparada para governar", emendou.

À platéia de produtores rurais, queixosa dos efeitos da taxa de câmbio sobre as exportações, Alckmin atacou, duramente, a política econômica. "Estamos sofrendo o resultado de uma política econômica equivocada, que começa pela taxa de câmbio fora de equilíbrio e por uma política fiscal péssima", disse. "O Brasil deve voltar a ser uma terra de oportunidades para quem quer trabalhar e produzir e não uma terra de rentistas, de quem vive de juros."

O pré-candidato do PSDB a presidente disse ainda que a alta taxa de juros do Brasil refletia tanto a falta de rigor da política fiscal, quanto o "custo PT" – o que a gestão Lula teria pago para convencer os investidores de que não vacilaria no combate à inflação. "Hoje, você paga o custo PT. Como você falou 25 anos uma coisa e depois fez outra, tem um custo para ter credibilidade. Então, as doses precisam ser mais altas para ter resultados melhores."

Alckmin afirmou que a sobrevalorização do real decorre da elevada taxa de juros e sugeriu uma maior intervenção da administração federal sobre o câmbio. "O governo não poderia deixar ter chegado onde chegou. Em tudo que é lugar em que o câmbio é flutuante, ele é administrado, você limita a flutuação" afirmou.

O pré-candidato do PSDB também criticou a elevação da carga tributária, que, em 2005, passou os 38% do Produto Interno Bruto (PIB), e disse que buscou reduzir impostos enquanto esteve no governo de São Paulo. "O brasileiro trabalha de janeiro a um pedaço de maio para pagar imposto ao governo", disse, acrescentando que o Poder Executivo também gasta muito e mal. "Não sobra dinheiro para investimento público, nem dinheiro para tapar buraco."

No dia como candidato no interior de Goiás, Alckmin comeu churrasco e visitou a Agrishow cercado de fazendeiros e políticos locais. Para comprovar a familiaridade com o campo, o pré-candidato disse que foi criado até os 16 anos na zona rural, sem conhecer a cidade, e fez vários comentários sobre a qualidade de uma das raças bovinas, a Jersey.

"A maior vantagem do gado Jersey é que, se ele pisar no pé do dono, dói menos, dizia meu pai", disse, entre risos. Em outra parte do discurso, Alckmin também enalteceu os dons de médico e lembrou de uma mulher grávida que anestesiou enquanto ainda era prefeito. Ao falar das alianças para a campanha presidencial, o pré-candidato declarou que tinha um acordo com o PFL e que era preciso respeitar a decisão do PMDB de ter candidatura própria. "Defendo que a gente amplie as alianças para ganhar a eleição e governar o País", acrescentou.

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