São Paulo – O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), pré-candidato a presidente, disse hoje não considerar "adequado" que a recém-criada Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das Privatizações, que investigará a venda de estatais dos governos dos ex-presidentes Fernando Henrique Cardoso, Itamar Franco e Fernando Collor de Mello, transforme-se em "objeto de luta política".

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"Só porque tem uma CPI contra um, tem de fazer contra outro? Isso, não. Por que não fez antes, mas só agora?", indagou. Alckmin, que anunciou hoje a construção de um corredor de ônibus entre Diadema, no Grande ABC (SP), e o Brooklin, zona sul da capital paulista, com um orçamento de R$ 72 milhões, ressalvou que CPIs são temas de decisão do Congresso e que não há nenhuma dificuldade em serem criadas, contanto que tenham um objeto específico de investigação.

"Eu não temo a verdade. O que não se pode é transformar CPI, um instrumento sério da democracia, de investigação e busca de justiça, em luta política", opinou. Ele acrescentou que as comissões hoje em curso no Legislativo, as dos Correios e dos Bingos, não foram criadas pelos partidos de oposição, mas sim após denúncias de corrupção que surgiram no âmbito da administração federal e que foram reveladas, no caso da estatal, pelo ex-deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ), da base aliada. "Não é luta política e não foi feita pela oposição. A denúncia partiu de um deputado da base do governo e não tem nada a ver com a oposição", argumentou. "Agora, se tem fatos, (o Congresso) tem obrigação de investigar. Olha que nunca se chegou a tantas comprovações", afirmou.

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