O candidato da coligação PSDB-PFL à Presidência, Geraldo Alckmin afirmou nesta terça-feira (05) que não precisa de muletas nessas eleições, ao contrário do candidato do PT, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. "Ninguém aparece na minha campanha, porque quem aparece é o povo. Não sou o candidato do PT, que precisa de muleta. Eu assumo minha liderança", destacou durante a sabatina realizada hoje pelo jornal Folha de S. Paulo, na capital paulista. Ele tentou convencer que não foi abandonado pelos correligionários neste pleito.
Geraldo Alckmin disse que a administração petista carrega o "DNA da corrupção". "O escândalo do mensalão foi para submeter o Legislativo ao Executivo", emendou. "A corrupção está toda no Executivo, que detém os recursos financeiros. O deputado é apenas a correia de transmissão, já que o dinheiro não é da Câmara, mas sim do Executivo.
Questionado pelo público, Alckmin disse que sua mulher (Dona Lu) não deveria ter aceito os vestidos que ganhou (do estilista Rogério Figueiredo), fato que suscitou polêmica na imprensa. "Vivendo e aprendendo", rebateu, negando, contudo, que ela tivesse 400 modelos do estilista e garantindo que as peças já foram doadas para entidades filantrópicas.
Ao falar da crise de segurança pública no Estado com o aumento dos ataques do Primeiro Comando da Capital (PCC), Alckmin não fez nenhuma relação da facção criminosa com algum partido político, mas ressaltou: "É óbvio que tem vinculação com o processo eleitoral." Indagado sobre a razão de não ter dado apoio na ocasião ao seu sucessor no Palácio dos Bandeirantes, Claudio Lembo (PFL), Alckmin justificou dizendo que teve o cuidado de não interferir, sob risco de desmoralizar a nova gestão.
O tucano iniciou a sabatina citando sua crença na realização do segundo turno das eleições presidenciais. "É uma segurança para o eleitor levar o pleito para o segundo turno. Vamos para o segundo turno e temos grandes chances de ganhar as eleições." O candidato defendeu o governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) e disse que não é possível comparar a sua administração com a de Lula. Também voltou a criticar o governo petista: "Além da roubalheira, é inadmissível o governo Lula ter perdido as oportunidades para o Brasil crescer.
Entre as propostas que apresentou, Alckmin disse que irá reduzir o déficit público a partir do corte de gastos. Porém, mais uma vez não entrou em detalhes sobre as áreas em que pretende fazer os cortes, caso seja eleito. A respeito da CPMF, o tucano reconheceu que talvez não seja possível abrir mão desta contribuição. "Mas o ideal seria uma alíquota menor", complementou.