Alckmin critica postura de Lula em relação à Bolívia

Salvador – O pré-candidato à Presidência da República pelo PSDB, Geraldo Alckmin, voltou a criticar a postura do presidente Luiz Inácio Lula da Silva na questão da nacionalização do gás da Bolívia. "O governo Lula é violento com o caseiro, para acobertar a corrupção e fraquinho, fraquinho para defender os interesses do Brasil", disse Alckmin, à Agência Estado, referindo-se à violação do sigilo bancário do caseiro Francenildo Costa, que testemunhou a presença do ex-ministro da Fazenda, Antonio Palocci, na mansão da chamada República de Ribeirão Preto.

Alckmin, que visitou as obras sociais de Irmã Dulce, em Salvador acompanhado do governador da Bahia, Paulo Souto (PFL), e do senador Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA), fez também críticas duras ao presidente da Bolívia, Evo Morales. "Ele foi agressivo e injusto com o Brasil e a Petrobras, que investiu US$ 1,5 bilhão na Bolívia. Não é dessa forma, espancando o investimento produtivo, que o governo boliviano vai acabar com a pobreza naquele país", afirmou.

Para Alckmin, Lula adotou uma posição "dúbia e submissa" nessa questão. Ele avalia que a política externa brasileira "tem sido equivocada" e privilegiado a ideologia em detrimento do interesse nacional. "O presidente Lula fala uma coisa, a Petrobras fala outra e quem vai acabar pagando essa conta é o povo brasileiro, com o aumento do gás de cozinha e do gás natural usado nos automóveis", disse Alckmin, cobrando uma posição clara do governo brasileiro.

"O presidente Lula precisa recriminar o que foi feito e exigir o cumprimento dos contratos", acrescentou. Alckmin lembrou que o gás descoberto na Bacia de Santos tem capacidade de produção de 55 milhões de metros cúbicos por dia, durante 25 anos, quando o Brasil consome, hoje, 50 milhões de metros cúbicos/dia. O que falta, portanto, para o pré-candidato tucano, é investimento para fazer um gasoduto interligando as bacias de Campos, no Rio de Janeiro, Vitória, no Espírito Santo, e Camaçari, na Bahia. Com isso, segundo ele, haverá um gasoduto nacional capaz de suprir as necessidades de gás no País. Para Alckmin, a crise do gás acontece por falta de investimento do governo brasileiro.

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