O candidato do PSDB à Presidência da República, Geraldo Alckmin, condenou a postura do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em relação à questão do gás boliviano – desde que foi anunciada a nacionalização, no primeiro semestre, até agora, com a decisão da Bolívia de apropriação dos negócios da Petrobras no país.
"Lá atrás, eu já teria deixado clara minha posição de total defesa do interesse nacional. Mas a posição do Lula foi dúbia inicialmente, omissa e submissa", criticou Alckmin.
O governo boliviano decidiu na terça-feira (12) dar à empresa de petróleo e gás local, a YPFB, o direito proprietário pelas commodities no país. A decisão compreende a apropriação dos fluxos de caixa da Petrobras na Bolívia pela YPFB. "E ele falou que tinha que tratar a questão de forma carinhosa", ironizou Alckmin, em referência a pronunciamento do presidente Lula no início dos conflitos entre Petrobras e Bolívia.
Em maio, no programa de rádio Café com o Presidente, Lula disse que a questão da Bolívia tinha que ser resolvida de forma civilizada e carinhosa. "Eu conheço a realidade da Bolívia, eu conheço a realidade do meu Brasil, e nós vamos, de forma muito carinhosa, sentar em uma mesa de negociação e qualquer problema que tivermos, vamos resolver como tem que ser resolvido, de forma civilizada", disse o presidente, na época.
Para Alckmin, Lula não tem defendido os interesses do Brasil no caso. "Ele apoiou Morales (Evo Morales, presidente da Bolívia) na sua campanha para presidente da República. O presidente do Brasil tem que defender o interesse dos brasileiros. Ele coloca à frente do interesse nacional as questões partidárias ideológicas, o que é um atraso", afirmou Alckmin.