Ao desembarcar hoje em Goiânia, o candidato do PSDB à Presidência da República, Geraldo Alckmin, tomou a iniciativa de "corrigir" a declaração que deu ontem à Rádio CBN, na qual teria chamado o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, de covarde por causa da manutenção da taxa de juros em patamares considerados altos. "Eu tenho grande respeito pelo presidente do BC e me referi à política econômica, não a ele. A política econômica precisa ser corrigida", afirmou.
"Temos política fiscal ruim e má qualidade do gasto público, frouxidão fiscal e aumento de gastos correntes, aumento de impostos e uma política monetária duríssima que acabou levando o Brasil, no ano passado, a uma posição ruim. Enquanto os países emergentes cresceram 100%, o Brasil cresceu 2,3%. Isso contribuiu para a questão cambial, que hoje causa graves problemas em setores da indústria e na agricultura", disse Alckmin. O objetivo do candidato, ao esclarecer as declarações, foi evitar constrangimentos, justamente na terra de Meirelles, que tem relações estreitas com o PSDB.
Em Goiás, Alckmin tem dois palanques: um do PSDB e outro do PFL. Para evitar atritos, ele terá encontros separados com representantes dos dois partidos. O PSDB de Goiás está apoiando a candidatura do governador Alcides Rodrigues (PP), que assumiu o cargo no lugar do tucano Marconi Perillo, candidato ao Senado. O PFL vai concorrer ao governo com o senador Demostenes Torres, que está rompido com Perillo. O PFL está rachado no Estado.
Alckmin foi recebido no aeroporto por políticos tucanos, pelo secretário da Fazenda, Oton Nascimento e por Perillo. Ele não quis responder às críticas feitas hoje pelo prefeito do Rio, César Maia (PFL), que afirmou que o PSDB está de salto alto e intransigente nos acordos políticos estaduais.